Mercado ilegal de cigarros movimentou mais de R$ 720 milhões no Rio Grande do Sul em 2023
De cada 100 cigarros comercializados no RS, 20 são do mercado ilegal
O mercado ilegal de cigarros é responsável pela comercialização de 20% dos cigarros consumidos no Rio Grande do Sul. Isso significa que de cada 100 cigarros comercializados, 20 são do setor criminoso que movimentou cerca de R$ 721 milhões em solo gaúcho no último ano. O levantamento é do Fórum Nacional contra a Pirataria e Ilegalidade.
Além disso, o levantamento aponta que somente no primeiro trimestre de 2024 duas fábricas clandestinas foram fechadas no Brasil, sendo uma delas no interior de Cristal, na Região da Costa Doce, cerca de 30km de Camaquã.
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Conforme o presidente do FNCP, Edson Vismona, o mercado ilegal de cigarros se tornou de alto lucro e de baixo risco, com fenômenos econômicos e criminosos com impactos na segurança da sociedade.
O grande atrativo, segundo disse ele para GZH, é não pagar imposto. Os produtos brasileiros legais pagam impostos, no caso do cigarro, de 70%, e o contrabandeado não paga nada. A média do produto comercializado no Brasil é de R$ 7 e o contrabandeado fica na faixa de R$ 4.
Diante disto, o FNCP estimativa perdas de R$ 198 milhões de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), além de que R$ 3,2 bilhões deixaram de ser arrecadados no Rio Grande do Sul com o mercado ilegal de cigarros nos últimos cinco anos.
A maioria do cigarro ilegal que circula no Rio Grande do Sul vem do Paraguai e fica para ser consumido em solo gaúcho, já que ele não é um local considerado “de trânsito”. Mas, segundo Vismona, também há fábricas ilegais sendo instaladas no RS devido a facilidade de produção e acesso a matéria-prima.
Segundo ele, há organizações criminosas de fora no Brasil atuando aqui e vice-versa. Também há milícias, como no Rio de Janeiro. As informações foram ditas ao colunista Rodrigo Lopes, da GZH.
Nacionalmente, o mercado ilegal de cigarros movimenta o equivalente a R$ 10 bilhões em 2023. Ao todo, foram quase 39 bilhões de unidades de cigarros contrabandeados comercializados.