Usamos cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência em nosso portal, personalizar publicidade e recomendar conteúdo de seu interesse. Ao continuar navegando, você concorda com este monitoramento. Leia mais na nossa Política de Privacidade.

  • Banner-Camaqua_CC 970×90 (5)
  • WhatsApp Image 2024-03-01 at 09.20.19
  • TEXEIRA GÁS ultragaz
  • CMQ 01 010 (1)
  • Faça uma visita na Rua General Zeca Netto, 970 – no centro de Camaquã ENTRE EM CONTATO (51) 9 9368-4947 (7)
  • Design sem nome – 2024-02-06T170807.664
  • UNIFIQUE CMQ – Banner 970x90px
  • Design sem nome – 2024-02-29T112346.494
  • Design sem nome – 2024-02-29T143231.335
  • Faça uma visita na Rua General Zeca Netto, 970 – no centro de Camaquã ENTRE EM CONTATO (51) 9 9368-4947 (9)
  • globalway (1)
  • 970×90
  • Faça uma visita na Rua General Zeca Netto, 970 – no centro de Camaquã ENTRE EM CONTATO (51) 9 9368-4947 (8)
  • Design sem nome – 2024-02-06T154143.111

ClicTV: Em 2019, mais de 20 mulheres foram mortas por ex-companheiros no RS

Confira o relato de duas mulheres que já sofreram agressões cometidas por ex-companheiros e saiba quais as medidas necessárias ao sofrer agressão


Por Redação/Clic Camaquã Publicado 01/07/2019 Atualizado 26/01/2022
 Tempo de leitura estimado: 00:00

Diariamente são realizados registros no plantão policial de diversos casos envolvendo a lei Maria da Penha, com denúncias de mulheres que sofrem algum tipo de agressão de parceiros ou ex-parceiros. Segundo dados levantados pela delegada responsável pela 43ª Delegacia Regional, Carla Kuhn, os números envolvendo casos de agressão contra mulher tem aumentando muito. “Faz com que a gente se pergunte porque a violência está aumentando, já que nós temos tantos mecanismos de defesa e de proteção e um deles seria a lei Maria da Penha”, salienta.

Muitas mulheres vivem essa realidade complicada e enfrentam, todos os dias, agressão de companheiros e, também, de ex-companheiros. Com isso, a equipe de reportagem do Clic, entrevistou duas mulheres, que já sofreram algum tipo de agressão, sendo ela física ou psicológica.  

 

Vítima de agressão psicológica e física

Uma jovem de 21 anos, sofreu diversas maneiras de agressões de seu primeiro namorado. Na época ela tinha 15 anos e foram 3 anos sofrendo calada. Foi com a ajuda de amigas que ela conseguiu seguir em frente e dar um fim na relação abusiva que estava vivendo. “As agressões começaram quando eu tinha 15 anos e o fim foi colocado perto dos 18. Foram 3 anos sofrendo violência”, conta.

“Eu era menor de idade na época, precisava de um responsável legal para fazer a denúncia e não quis que minha mãe passasse pela situação. Por isso nunca denunciei e, poucas pessoas sabem do que aconteceu”, disse.

Hoje ela é uma mulher empoderada, que como ela mesma fala, “não aceita qualquer coisa”, faz faculdade, trabalha e é cheia de vida e de luz. “É muito difícil a mulher lembrar o primeiro tapa, mas é mais fácil e mais marcante quando ela lembra do último que é quando ela decide realmente que aquilo não é o melhor para ela”, salienta a jovem.

Ela conta que a agressão nunca começa pela física, ela começa pela psicológica faz a pessoa entrar em um poço e começa a descer aquele poço. Depois nos pequenos detalhes a mulher começa a achar que não vive sem aquele homem. Até que começa a física, com um beliscão, um puxão de braço mais forte, um tapa, um chute.

A jovem deixa um alerta para quem está passando ou pode passar por situações semelhantes a que ela já viveu. “Existe a mulher que tu és sem o homem que te faz isso. Tu vai sobreviver. As chances de tu morrer sem a pessoa é muito menor do que a chance dessa pessoa te matar. É muito mais fácil tu ser assassinada por essa pessoa, do que tu morrer por não ter ela por perto”, alerta.

Vítima de agressão psicológica

Mãe de três filhos, dona de casa, trabalhadora e uma mulher de 44 anos, que encontrou a liberdade depois de 24 anos sofrendo com seu ex-marido e que hoje está cheia de vida. Após ter feito a denúncia na Delegacia de Polícia, ela foi encaminhada para o grupo da Rede de Atenção à Mulher (RAM), o qual teve papel fundamental para fazer com que ela se reerguesse.

Ela conta que antigamente era bem difícil. “A roupa eu não podia colocar a que eu queria, o cabelo eu não podia pintar. Esmalte e maquiagem eu não podia usar”, ressalta. Ela sempre trabalhou e a única coisa que ele não implicava era com o trabalho, pois tudo o que ela ganhava ela entregava para ele. Na época marido da vítima, ele ameaçava ela e dizia que ia jogar água quente por cima.

“Se eu ouvia um barulho de carro eu tinha medo. Quando eu saia de casa eu tinha medo, por que um dia eu estava saindo do serviço e eu fiquei com medo dele me atropelar. Eu tive que subir na calçada da rua com meu pequeno para conseguir me escapar”, salienta.

Ela finaliza contanto que, “hoje eu paro na frente do espelho e enxergo uma mulher que antigamente eu enxergava um animal, porque eu olhava na frente do espelho e dizia, essa aqui não sou eu. Graças a Deus eu tenho todo o apoio dos meus filhos, familiares, o grupo e as minhas amigas tudo me apoiando”, disse. 

Rede de atenção à Mulher (RAM)

A Rede de Atenção à Mulher (RAM), existe em Camaquã desde 2017, quando a Secretaria de Desenvolvimento Social mudou de nome e passou a ser Secretaria Especial da Mulher Trabalho e Desenvolvimento Social. Para que o projeto de atenção a mulher acontecesse, foi criado um plano de atenção a mulher, chamado todas as instituições governamentais e não governamentais do município para que fosse estabelecido um plano de trabalho.

O plano de trabalho tem dois eixos principais, sendo um deles a conscientização para combate à violência e o outro atendimento da mulher vítima, de violência doméstica, principalmente. Para o atendimento da mulher, foi criado o programa “HORA M”, que é orientação, reflexão e atendimento para mulheres em situação de violência doméstica.

A psicóloga, Lais Bazzo, salienta que, “para todas a mulheres que queiram participar do grupo, é só chegar na secretaria, solicitar atendimento pela RAM, ou até mesmo nos CRAS, Centros de Referência do seu bairro para que haja o encaminhamento”, salienta. Além disso, postos de saúde, escolas, setores de serviço de saúde podem encaminhar as mulheres para o grupo.

Lais conta que a construção do grupo é principalmente de suma importância na construção de uma pessoa restaurada e forte que consegue enxergar, consegue ter liberdade, consegue se enxergar grande. “O tal do empoderada da mulher, que as pessoas as vezes colocam a palavra de empoderada como se fosse querer poder que não é dela e que ela não tem direito, mas o empoderada é ter direito sobre si mesma. Ter poder sobre seu dinheiro, poder sobre o seu tempo, sobre a sua imagem, sobre a sua pessoa, conseguir se enxergar independente, isso é ser poderosa, ser dona da sua vida”, afirma Lais.

O grupo é composto por uma equipe multidisciplinar e acontece todas as terças-feiras, na sala da RAM, na Secretaria Especial da Mulher, às 14h. O grupo deve ter no máximo 10 mulheres. “É um grupo pequeno, para que as mulheres possam colocar as suas situações e dificuldades com maior tranquilidade”, finaliza Lais.

Dados levantados pela Delegada Carla Kuhn

Nos três primeiros meses deste ano, a cidade de Camaquã, já conta com 50 lesão corporal registrados. Em relação aos delitos mais graves, o feminicídio, que é um delito contra a vida da vítima, os levantamentos de dados comprovam um aumento expressivo desde o ano de 2017. Em 2017, ocorreram no Estado do Rio Grande do Sul 83 mortes de mulheres pelos companheiros ou ex-companheiros. Em 2018, fechou o ano com 117 e nesses primeiros meses de 2019 já se tem 21 mortes de mulheres. “Se formos fazer uma conta simples, até o final deste ano, o número vai ultrapassar os anos anteriores e, isso, falando apenas do crime contra a vida”, disse a delegada.

Como realizar a denúncia

Camaquã ainda não conta com a Delegacia Especial da Mulher, mas há outras maneiras de realizar uma denúncia. Segundo a delegada, a vítima não fica em momento nenhum prejudicada, podendo realizar a denúncia na Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA), Delegacia Regional, Defensoria Pública, Ministério Público e até mesmo meios de comunicação.

Além disso, a denúncia pode ser feita por outras pessoas. “Nós temos aquela cultura ainda de que em briga de marido e mulher não se mete a colher… a gente tem que desmistificar esse ditado popular. Nós devemos sim meter a colher”, exalta Carla.

Após a realização da denúncia, dependendo do crime que a mulher sofreu, ela deve passar por uma perícia. Como exemplo, é a lesão corporal, agressão física e agressão sexual, são delitos que necessitam de uma comprovação das marcas e lesões no corpo. Mas a delegada salienta que “esses crimes contra mulher, de violência doméstica e familiar, a palavra da vítima tem uma força bem maior. A lei entende que esses crimes, muitas vezes são perpetuados dentro de casa sem testemunhas”, disse.

Como solicitar uma medida protetiva

A vítima deve procurar a Delegacia de Polícia, colocar a situação pela qual ela está passando e solicitar a medida protetiva. “Muitas vezes a mulher não quer pedir a medida, mas se o policial entende que ela precisa ele oferece para a vítima”, finaliza a delegada.

Após realizado o pedido, ele vai para o judiciário e em 48 horas o juiz tem que deferir. Em quase 100 % dos casos essa medida é deferida pelo juiz. Depois de deferido, o policial vai até o agressor e intima a medida, para que ele fique ciente dessa medida protetiva. Se ele não cumprir, ele pode ser preso.


  • UNIFIQUE CMQ – Banner 970x90px
  • Banner-Camaqua_CC 970×90 (5)
  • Faça uma visita na Rua General Zeca Netto, 970 – no centro de Camaquã ENTRE EM CONTATO (51) 9 9368-4947 (9)
  • WhatsApp Image 2024-03-01 at 09.20.19
  • 970×90
  • CMQ 01 010 (1)
  • Faça uma visita na Rua General Zeca Netto, 970 – no centro de Camaquã ENTRE EM CONTATO (51) 9 9368-4947 (7)
  • Faça uma visita na Rua General Zeca Netto, 970 – no centro de Camaquã ENTRE EM CONTATO (51) 9 9368-4947 (8)
  • TEXEIRA GÁS ultragaz
  • globalway (1)
  • Design sem nome – 2024-02-06T154143.111
  • Design sem nome – 2024-02-29T112346.494
  • Design sem nome – 2024-02-29T143231.335
  • Design sem nome – 2024-02-06T170807.664