Colheita de grãos no RS se encaminha para o final
Até o final deste mês de abril deve-se encerrar a colheita do arroz e da soja no Rio Grande do Sul. De acordo com o Informativo Conjuntural da Emater/RS-Ascar, a colheita do arroz segue em ritmo intermitente e o Estado alcança nesta semana o percentual de 83% de área colhida, tendo ainda 17% já maduros e prontos para a colheita, contra uma média histórica respectiva de 90% e 10%. Na soja, os produtores conseguiram avançar na colheita, que alcança 70% do total plantado. Caso as condições meteorológicas colaborem, a colheita deverá se encerrar no máximo no início de maio, haja vista que 25% do total da área com soja apresenta plantas maduras e aptas à colheita e os 5% restantes se encontram em fase final de formação de grãos.
Quanto às produtividades, estas têm oscilado conforme a região, indo, no caso do arroz, de um mínimo de 7 mil kg/ha no Litoral Sul a um máximo de pouco mais de 8 mil kg/ha na Fronteira Oeste. Até o momento não há informações quanto a problemas com relação à qualidade do produto colhido, que alcança um rendimento de engenho ao redor de 60% de grãos inteiros.
Já as produtividades da soja seguem oscilando bastante, conforme a situação enfrentada em relação ao clima em cada região. Na média geral, porém, a produtividade se mantém nos níveis recentemente divulgados, que gira ao redor dos 2.700 kg/ha. Como se poderia esperar, a qualidade também não tem apresentado problemas, salvo casos isolados e pontuais, fazendo com que os produtores consigam comercializar a produção sem maiores dificuldades. Neste sentido, o preço médio da saca de 60 kg, em âmbito estadual, teve variação de -1,72%, com a mesma sendo vendida a R$ 62,19 durante a semana.
No milho, o ritmo de colheita desacelerou no último período, em função das chuvas e também da colheita da soja, que é priorizada pelos produtores devido à maior perecibilidade da oleaginosa após sua maturação. Mesmo assim, atinge 68% sobre o total semeado, marcando um avanço de 6% em relação à média dos últimos anos. Apesar dos contratempos enfrentados pela cultura, como déficit hídrico, severo em alguns casos, e excesso de calor em determinados momentos, muitas regiões vêm obtendo produtividades médias acima do esperado, dando a possibilidade ao Estado de colher uma safra similar à obtida ano passado, que foi de 5,35 milhões de toneladas.
A safrinha do feijão prossegue no Estado com bom desenvolvimento, beneficiada pelas condições meteorológicas dos últimos períodos. As fases da lavoura se estendem desde a de desenvolvimento vegetativo até a de colheita, que já iniciou nas regiões Central, Altos da Serra do Botucaraí, Vale do Rio Pardo e Noroeste do Estado. As perspectivas atuais são de uma excelente safra, caso se mantenham as condições favoráveis, com os produtores projetando cerca de 1,5 ton/ha.
Abacaxi – No Litoral Norte, a colheita do abacaxi no município de Terra de Areia, que cultivou 220 ha de pomares, se encaminha para o final, restando poucos produtores que ainda têm frutos amadurecidos por carbureto, o que contabiliza menos de 2%. Devido às condições climáticas bastante favoráveis na fase de desenvolvimento vegetativo das plantas, a estimativa média de produtividade está em torno de 25 t./ha.
Segundo informação dos produtores, a venda na lavoura em ficou com preços entre R$ 0,80 e R$ 1,10 a unidade. Na venda direta ao consumidor, mesmo no fim da safra, os preços se mantiveram em média de 3 a 4 unidades de 700g por R$ 10,00, sendo que alguns produtores orgânicos estão com preço médio de dois abacaxis de 800g por R$ 10,00.
FORRAGEIRAS E CRIAÇÕES
O clima, com precipitações normais e temperaturas amenas, ainda proporciona bom desenvolvimento das espécies perenes de verão. Em algumas áreas, espécies voluntárias (espontâneas), como o papuã, têm colaborado com uma boa oferta de forragem, garantido uma alimentação equilibrada aos rebanhos em geral. Nas áreas onde os agricultores já semearam aveia-preta (Avena strigosa) para formação de pastagens de inverno não se tem observado, por ora, problemas no estabelecimento da cultura. Nesse sentido, também começa a se observar, em algumas áreas, a germinação do azevém (Lolium multiflorum), presente no banco de sementes de lavouras forrageiras implantadas em anos anteriores, o que poderá proporcionar boa massa verde aos animais.
A silagem, outro importante componente na dieta alimentar dos animais, se encontra em estágio final de confecção. Estima-se que, neste ano, o Estado tenha cultivado cerca de 350 mil hectares de milho (em quase 300 municípios) com essa finalidade. O rendimento médio obtido até o momento (Relatório IPAN da 1ª quinzena de abril) gira ao redor das 35,5 toneladas de massa verde por hectare, o que representa uma produção de 12,43 milhões de toneladas nas mãos dos produtores, alimentação essa que será utilizada durante os meses de outono/inverno e início de primavera.