Grupo defende comemoração do aniversário de Camaquã em 5 de Maio

Historiador Roberto Stepanski apresentou evidências que corroboram com fundação de Camaquã em 5 de maio de 1851

Por Redação/Clic Camaquã Publicado 09/04/2021

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Em alusão ao aniversário de Camaquã, que acontece no próximo dia 19 de abril, o programa Bom Dia Camaquã realizou mais uma entrevista para falar sobre a história do Município. Nesta quinta-feira, 8 de abril, o programa recebeu Roberto Stepanski, representante do Grupo 5 de Maio, que defende que o aniversário de Camaquã seja comemorado na data que dá nome ao grupo em questão.

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No estúdio da ClicRádio, Stepanski contou a história da formação do grupo e trouxe referências bibliográficas que sustentam a defesa de que Camaquã foi de fato fundada em 5 de maio de 1851 por Manoel da Silva Pacheco.

De acordo com Roberto, um dos fatos que causou a discordância entre esta data foi um incêndio criminoso ocorrido em 2 de fevereiro de 1895, que segundo ele, tinha como objetivo eliminar registros de crimes ou irregularidades cometidas por pessoas públicas da época. O caso ocorreu durante a Revolução Federalista e consumiu com Leis e documentos oficiais do Município.

De acordo com Roberto, a fundação da cidade é marcada pela compra de um terreno por Manoel da Silva Pacheco, o qual o Grupo 5 de Maio atribui como fundador do município. Em 5 de maio de 1851, ele comprou um terreno que se estendia por cerca de 1,5km ao leste do Arroio Duro. Essa área corresponde ao perímetro urbano de Camaquã ao lado do Arroio Duro, e se estendendo até onde hoje fica o Centro da cidade, nas proximidades da Prefeitura de Camaquã.

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A compra foi comunicada pelo Arcediago Dias Lopes, que na época era o vigário-geral encarregado, pelo bispo, da administração da diocese de São João Batista. Ele informou a compra por escritura público ao Ementário Eclesiástico do Rio Grande de São Pedro do Sul:

“A história só é história porque tem pessoas. Eu tive que me aperfeiçoar em genealogia e em sobrenomes para entender a história”, destacou o historiador. Durante a entrevista, Roberto falou sobre sua paixão pela leitura, pela pesquisa e pela história.

Ele trouxe um breve resumo da história da região, desde a época das vilas; das sesmarias, terreno abandonado ou inculto que os reis de Portugal cediam aos novos povoadores; dos passos, locais próximos aos rios e leitos onde se formavam povoados; e das freguesia, a menor divisão administrativa em Portugal e no antigo Império Português, semelhante à paróquia civil dos outros países.

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Roberto destacou que em 9 de dezembro de 1815, o Bispo Coutinho assinou a Lei em formato de Provisão, que consta no Brasão de Camaquã e marca a tentativa de criação de uma freguesia, mas que segundo Roberto, não se concretizou: “Não se formou. Para se ter uma freguesia, precisa ter uma igreja, um lugar pro padre morar. Isso não funcionou, não deu certo a tentativa de criar uma freguesia”. Segundo ele, isso tornou a freguesia efêmera, fato que só foi mudado em 1851.

Acompanhe a entrevista completa, disponível no Facebook e YouTube do Clic Camaquã e entenda:

A Capitania do Rio Grande de São Pedro foi uma divisão administrativa do Brasil colonial. Foi criada pela coroa portuguesa em 1760 sob a dependência do Rio de Janeiro, na terra recuperada do domínio espanhol e já ocupada de fato por colonizadores portugueses.

Teve a então vila de Rio Grande como sua primeira capital. Com a invasão da vila em 1763 pelos espanhóis, a capital foi transferida para a recém criada vila de Viamão. Dez anos depois sua capital foi transferida para Porto Alegre. Originalmente era subordinada à Capitania do Rio de Janeiro, mas em 1807 foi elevada à condição de Capitania-geral com o nome de Capitania de São Pedro do Rio Grande do Sul, ganhando sua independência administrativa. Antes da autonomia pertencia a Capitania de São Paulo.

A região onde atualmente está localizada Camaquã já era conhecida desde os tempos coloniais de 1714. Por volta de 1763 diversos casais açorianos foram descendo para o Sul, localizando-se na margem esquerda do Estuário Guaíba e da margem direita da Laguna dos Patos, fundando fazendas e charqueadas até o rio Camaquã.