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Voluntariado cresce durante a pandemia de Covid-19 levando esperança à pessoas carentes

Conheça o projeto social “Mateus 25”, que desenvolve um importante trabalho em uma comunidade carente do município de Camaquã-RS


Por Redação/Clic Camaquã Publicado 07/07/2021
 Tempo de leitura estimado: 00:00

A pandemia de Covid-19 mudou completamente a rotina das pessoas pelo mundo. Todos precisaram se adaptar à nova realidade, conviver com as perdas e de certa forma enfrentar os diversos desafios que a doença trouxe, tanto para área da saúde, quanto para a economia. Em meio a este contexto, o voluntariado ganhou espaço, expandindo ações e indo contra a ideia de “reter para não faltar depois”. 

A pandemia escancarou as desigualdades sociais e as comunidades vulneráveis foram as mais afetadas. De acordo com a pesquisa do Instituto Locomotiva, feita em fevereiro de 2021,  71% das famílias de regiões periféricas do Brasil, estão vivendo com menos da metade da renda que tinham antes da crise sanitária. 

Isso pode ser observado conforme a indústria e o comércio iam se retraindo e diversas pessoas acabaram perdendo o emprego e a renda. De acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada pelo  Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no dia 30 de abril deste ano, o número de desempregados no Brasil foi estimado em 14,4 milhões no trimestre encerrado em fevereiro.

Esse resultado representa uma alta de 2,9%, ou de mais 400 mil pessoas desocupadas em relação ao trimestre anterior, de setembro a novembro de 2020, quando a desocupação foi calculada em 14 milhões de pessoas. Mesmo que o Governo Federal tenha criado o programa do auxílio emergencial para tentar amenizar os impactos econômicos, os valores que chegam às famílias não compensam integralmente as despesas. 

Assistencialismo em Camaquã

Com isso, cresceu nos municípios a demanda por serviços socioassistenciais. Camaquã, por exemplo, município do estado do Rio Grande do Sul, com 62.764 habitantes (de acordo com o último Censo em 2010), tem atualmente 3.963 famílias em situação de extrema pobreza, que são acompanhadas com os programas sociais da cidade. O número total de inscrições no Cadastro Único é de 7.781 famílias no município. 

A cidade possui uma Secretária dedicada a atender pessoas em vulnerabilidade social, através dos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) nos bairros Bom Sucesso, Getúlio Vargas e Cônego Walter, zonas mais humildes de Camaquã. Os CRAS atendem, juntos, 274 famílias que são acompanhadas sistematicamente pelo Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família (PAIF) e 483 famílias no Serviço de Convivência de Vínculos. 

Além destas, o município atende mais 350 famílias, que acabaram precisando de assistência devido ao avanço da crise sanitária. Se os números apresentados são considerados altos para uma cidade do interior, com cerca de 62 mil habitantes, pensar que existem pessoas que não estão cadastradas ou que não procuram por ajuda do Poder Público Municipal choca ainda mais. 

De acordo com o secretário da Secretaria Especial da Mulher, do Trabalho e Desenvolvimento Social, Nelson Egon Geiger Filho, nem sempre o município tem conhecimento de casos de vulnerabilidade e risco social ou o Poder Público não consegue ajudar de forma integral a necessidade das pessoas. E é neste ponto que fica evidente que o trabalho social voluntário é extremamente importante para complementar as ações dos municípios ou para ajudar quem não tem acesso a políticas públicas. 

E mesmo com as incertezas sobre o futuro, alarmadas na alta dos preços de qualquer produto do mercado, voluntários passaram a intensificar ações sociais. De acordo com o segundo estudo do Locomotiva “O Brasileiro e a Solidariedade” de março de 2021, 27% dos brasileiros tiveram alguma atitude de solidariedade durante a pandemia, em 2020, totalizando mais de 117 milhões de pessoas.

Projeto Social Mateus 25

Entre essas milhões de pessoas está o grupo de voluntários do projeto social “Mateus 25”, que realiza um importante trabalho em Camaquã. O projeto completou três anos de serviço em um dos bairros mais humildes do município, o Getúlio Vargas. O grupo realiza a distribuição de marmitas todas as sextas-feiras, para famílias carentes desta comunidade. 

O Mateus 25, ou “Mat 25”, surgiu através da iniciativa de um pequeno grupo de jovens da Primeira Igreja do Evangelho Quadrangular de Camaquã. Depois de muita conversa e desejo incessante de fazer algo que ultrapassasse as paredes da igreja demonstrando o verdadeiro amor de Cristo, a primeira ação do grupo foi realizada no dia 20 de maio de 2018.

“Nós queríamos sair de dentro das quatro paredes da igreja e fazer algo para o próximo, em prol da sociedade. Queríamos fazer algo que a gente pudesse realmente fazer a diferença na vida de alguém, então desenvolvemos o projeto Mateus 25”, contou Richard Prestes, fundador e voluntário do projeto. 

Richard Prestes é fundador do grupo Mateus 25 / Foto: Sabrina Borges

De lá para cá, novos voluntários passaram a acreditar na ideia e se juntaram à causa, que visa apenas levar esperança e amor aos lares das famílias assistidas. “Queremos que elas vejam que existe amor, existe esperança e pessoas que estão preocupadas e querem ajudar elas a mudar de vida”, comentou Richard.

“A gente faz isso para demonstrar para essas pessoas que Deus enxerga e se preocupa com todos. Uma das formas da gente demonstrar esse amor de Deus é proporcionando um pouco de esperança através da entrega das marmitas na sexta e cestas básicas ao longo do mês”, informou Marcio Gouveia, voluntário há oito meses no projeto. 

Marcio Gouveia faz parte do projeto há oito meses/ Foto: Sabrina Borges

Atualmente o grupo atende cerca de 80% das famílias carentes do bairro, entregando cerca de 200 marmitas toda sexta-feira e realizando ações sazonais, como a entrega de brinquedos e presentes no Dia das Crianças e Natal, material escolar no início do ano letivo e distribuição de cobertores no inverno. 

Além disso, devido à pandemia de Covid-19, o grupo intensificou as ações sociais e passou a distribuir cestas básicas, material de higiene pessoal, roupas e em alguns casos, medicamentos e gás de cozinha. É um trabalho intenso, responsável, sem nenhum fim lucrativo e muito lindo.

O trabalho ocorre ao decorrer de toda semana, com a arrecadação dos alimentos, que na maior parte das vezes é doada pelos próprios integrantes do projeto. Em um grupo no WhatsApp, os voluntários se comunicam e se dividem para conseguir os produtos que estão em falta para a realização da ação semanal.

Já na sexta, uma equipe vai cedinho preparar a refeição. Por volta das 16h30, o grupo já está reunido na cozinha da igreja Quadrangular aprontando o jantar de forma descontraída e com muita comunhão. Enquanto preparam o cardápio do dia, os amigos compartilham histórias, risadas e em alguns momentos, preocupação com pessoas assistidas.

Entre uma conversa e outra os voluntários se organizam para comprar roupas para uma das crianças acompanhadas, cobertas para outras pessoas necessitadas. E é assim que a comida é preparada, servida em marmitas térmicas e acomodadas para a entrega, em meio a risadas e expectativa para saber como as famílias passaram a semana.

Helena Lucero Freitas é uma das voluntárias do Mat 25. Ela faz parte do projeto desde que iniciou e é uma das responsáveis por preparar e servir as marmitas. “É uma honra fazer parte do projeto e trabalhar na obra do Senhor”, contou. 

A voluntária ressaltou a emoção de poder fazer algo em benefício do próximo e revelou a felicidade que sente. “Não dá para explicar, é muito bom”, informou. Questionada sobre como se sente em saber que pessoas carentes recebem alimentação preparada por ela, a voluntária respondeu de forma curta, porém repleta de significados, “maravilhada”. 

Helena Lucero trabalha no preparo das marmitas / Foto: Sabrina Borges

E não é apenas a voluntária que tem essa admiração pela ação, é impossível acompanhar o trabalho e não sentir a grandeza em cada etapa da distribuição. Cada embalagem vai recheada com muito mais que alimento para o corpo, vai recheada de amor e esperança. 

Com a Kombi 77 carregada com mais de 200 marmitas, o grupo se dirige para o bairro em que a distribuição ocorre. Animados pela música incessante, os voluntários vão realizando paradas e atendendo famílias que já são acompanhadas e outras que vão até o grupo solicitar a refeição também. 

A entrega é embalada pela música, oração, conversas, sorrisos e algumas confissões. Em uma das paradas, uma criança se divertiu no colo dos voluntários, tocando cavaquinho e demonstrando seu carinho pelo grupo. Nesta parada, a mãe da criança informou que ela estava ansiosa pela passagem da equipe, pois passou a semana aguardando para brincar. 

A galera do Mat 25 realiza um trabalho totalmente individualizado e respeitando a história de cada família. O grupo é recebido dentro da casa de alguns assistidos, sentam à mesa e compartilham risadas, dores e sonhos. São nessas conversas que a realidade das pessoas e a importância do trabalho ficam ainda mais evidentes.

Mesmo que não exista um pedido verbalizado sobre a falta de um tênis para aquecer os pés de uma criança, o grupo percebe a necessidade e organiza a ação. E quando esse objeto é entregue, é uma verdadeira festa. Tem criança correndo de tênis novo, com sorrisão estampado no rosto e olhinho apertadinho de emoção. É lindo acompanhar. 

Trajeto percorrido, marmitas, cestas básicas, roupas e demais itens entregues, é hora de retornar para igreja, guardar as caixas térmicas que agora voltam vazias e começar a pensar no trabalho da próxima semana. Por volta das 22h o trabalho do dia é oficialmente concluído e cada um deles volta para casa.

Criança brincando com os voluntários durante a entrega das marmitas / Foto: Sabrina Borges

E se engana quem pensa que a rotina cansativa do projeto voluntário, associado a demanda de uma “vida normal”, com trabalho, tarefas domésticas e familiares, desmotiva o grupo. A cada entrega finalizada, a motivação da equipe parece ser renovada e eles encontram em Deus a energia para seguir em frente.

“Eu me sinto cansado! Cansado mas feliz!”, afirmou o fundador do projeto no final da entrega das marmitas. Richard, assim como a maioria dos voluntários, sai do trabalho e vai direto se dedicar a realização do projeto. 

E como diz um ditado popular, “só sabe o que é quem vive”. Apenas acompanhando todo o processo de produção do grupo é possível ter uma noção do que ele representa. Para alimentar e vestir as pessoas assistidas, os próprios voluntários viabilizam os recursos e em algumas ocasiões ainda precisam empurrar o veículo, que às vezes pára no meio do caminho. 

“Depois de dar uma empurradinha na nossa Kombi hoje, que um pouco nos carrega e um pouco a gente carrega ela, eu me sinto muito alegre”, brincou o voluntário. “Sempre com o sentimento de missão cumprida. Na verdade, isso não é preço e recompensa todo o esforço”, finalizou Richard.  

Doações podem ser entregues na Primeira Igreja do Evangelho Quadrangular de Camaquã, das 9h às 11h e das 14h às 16h. A igreja está localizada na rua Cristóvão Gomes de Andrade, 1316. Conheça mais sobre o projeto, outras formas de ajudar e todas as ações realizadas, acessando o perfil no Instagram: Projeto Mateus 25. 

“Venham, benditos de meu Pai! Recebam como herança o Reino que lhes foi preparado desde a criação do mundo. Pois eu tive fome, e vocês me deram de comer; […] necessitei de roupas, e vocês me vestiram; estive enfermo, e vocês cuidaram de mim; [..] Quando vocês fizeram isso ao mais humilde dos meus irmãos, foi a mim que fizeram”. Mateus 25:34-40


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