Pedido da Santa Casa de bloqueio judicial das contas do governo é aprovado
Após mobilização judicial por parte da entidade, a Promotoria da Justiça aprovou o pedido para que a justiça bloquei cerca de 1,9 milhão das contas do Governo do Estado
O Hospital Santa Casa e Misericórdia de São Lourenço do Sul recebeu na manhã desta segunda-feira (3), a aprovação da Promotoria da Justiça, do pedido para que a justiça bloquei cerca de 1,9 milhão das contas do Governo do Estado. A aprovação se deu após uma mobilização judicial por parte da entidade. O pedido de bloqueio judicial já havia sido realizado, mas tinha sido recusado pela Promotoria.
O valor será destinado ao pagamento de fornecedores e prestadores de serviço do hospital de São Lourenço do Sul. Ainda não foi informado quando esse valor será repassado para a Santa Casa.
Também, na manhã de hoje, cerca de 50 funcionários realizaram manifestações reivindicando os seus salários, que não são pagos desde o mês de outubro. No momento, a administração do hospital, juntamente com o prefeito Rudnei Harter, e a Secretária de Saúde, Arita Bergmann, se reuniram na busca de soluções para reverter a greve financeira do Hospital.
As finanças da instituição
Os dados apresentados foram levantados em uma auditoria externa, que fez ainda apontamentos dos gargalos financeiros da instituição. Atualmente, o déficit mensal é de cerca de R$ 500 mil, o que soma R$ 6 milhões por ano. A instituição é obrigada por contratualização a atender 60% SUS, mas atende 90%. Um dos problemas mais sérios é que o governo do Estado, que é quem tem responsabilidade pelos repasses de recursos a saúde, não cumpre suas portarias. A mais grave delas é uma de 2015, que aumentaria os repasses para a instituição de R$ 636,226 mil para R$ 1,370 mil. Este aumento, de fato, nunca ocorreu, pois segundo Edemar de Paula da Costa, a gestão da época assinou “a revelia” a portaria que tornaria o hospital orçamentado. Isso já soma R$ 28 milhões que não chegaram à instituição.
A nova gestão da Santa Casa já conseguiu reduzir em 56% os custos, com cortes de funcionários, médicos, entre outros, mas o desequilíbrio persiste. O consultor revelou que há iminência de fechar as portas e os médicos já emitiram uma carta anunciando que vão parar as atividades a partir de 03 de outubro, pois estão com oito meses de salários atrasados. O consultor cobrou que os quatro municípios atendidos pela instituição rateiem um valor mensal de R$ 265 mil de forma proporcional ao atendimento de cada população ou de forma igualitária. Esse valor é o déficit atual do Pronto Socorro, de portas abertas a quem precisa e referência para estes quatro municípios.