Vereadores debatem e divergem sobre tramitação no Caso Canarana
Projeto que concede doação de terreno e incentivos fiscais para fumageira que quer se instalar em Camaquã segue sendo alvo de polêmicas na Câmara
O “Caso Canarana” segue sendo alvo de discussões e muita polêmica na Câmara Municipal de Vereadores de Camaquã. Na sessão ordinária realizada na noite desta segunda-feira, 26 de julho, os vereadores da base e da oposição ao Governo Municipal seguiram divergindo sobre a tramitação do Projeto de Lei.
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Na sessão, diversos vereadores falaram sobre o tema. Através do YouTube do Clic Camaquã, está disponível um recorte com as principais falas sobre o assunto durante a sessão legislativa. Assista:
No espaço de explicação pessoal, alguns vereadores falaram sobre o projeto. O presidente da Câmara, Luciano Pereira Dias, o Cabeça (PSDB), pediu mais agilidade para a tramitação e destacou a importância do diálogo entre os poderes:
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“Eu nunca disse que não tem que ter celeridade, que não ter que ter transparência, mas nós podemos ter um pouquinho mais de humildade, de colocar o projeto embaixo do braço, ‘descer’ lá no Executivo e conversar com quem ter que conversar. Tem que fazer audiência pública? Vamos fazer. Mas não 15, 20 (audiências)!”, destacou Luciano Cabeça (PSDB).
O vereador Vitor Azambuja (PP) também falou sobre a tramitação do projeto e pediu para que o contrato ou a sua minuta seja divulgado, para que se entenda o que está sendo proposto e se haverá condições de se cumprir o que for assinado:
“Na minha opinião, a cláusula de reversão tem que ser: operar por 10 anos no terreno com aquilo que foi prometido, os 127 milhões, com mais de 200 funcionários, como foi prometido, com faturamento de R$100 milhões, como prometido”
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O vereador da base, Vinícios Araújo (PMDB), rebateu a fala do vereador Progressista: “
“Atenção empresários: para investir, você já tem que sair 100% e sair bombando, tendo certeza que vão ter grandes lucros no município! Aonde que se tem essa certeza, ainda mais no momento que estamos enfrentando?”, ironizou o vereador.
O vereador Profº Claiton Silva (PDT) trouxe informações sobre novas diligências que serão realizadas sobre o projeto dentro da Comissão de Orçamento. Confira as diligências e audiências que serão realizadas:
O projeto
O debate gira em torno do Projeto de Lei nº 12/2021, que autoriza doação de área pública e a concessão de incentivo empresarial à Canarana Agro Comercial do Brasil Importação e Exportação de Fumo. Clique aqui e confira o projeto na íntegra.
O projeto elaborado pelo Poder Executivo concede uma área de 13 hectares para a construção de uma fumageira de grande porte. Nas últimas semanas, o tema se tornou o centro dos debates na Câmara de Vereadores e vem sendo debatido com exclusividade no estúdio da ClicRádio.
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Com exclusividade, o programa Bom Dia Camaquã recebeu o empresário José Machado na última terça-feira (20).
Iniciado em Cerro Grande do Sul, o projeto foi realocado para Camaquã em virtude do fácil acesso, proximidade do Porto de Rio Grande, a mão de obra qualificada e pelo espaço, que neste caso, tem como principal foco para instalação o Distrito Industrial de Camaquã.
Em primeiro momento, segundo José Machado, o investimento inicial era estimado em R$120 milhões, mas, em virtude do aumento dos materiais durante a pandemia de Covid-19, a previsão é de um investimento de R$170 milhões de reais para a instalação da fumageira.
O sócio proprietário contou que a previsão para o primeiro ano é de rendimento de R$100 milhões, com geração de mais de 150 empregos diretos com a operação em apenas um turno. Com a operação podendo ser expandida para dois turno, o número de empregos pode dobrar.
Clique aqui e relembre a entrevista.
Com relação a origem do investimento, principal polêmica acerca do tema, José contou que inicialmente, era previsto o incentivo junto à agência financeira do Brasil. O empresário contou, em primeira mão ao Clic Camaquã, que a fonte da verba foi alterada e que já tem a aprovação de um Fundo Internacional de investimento para viabilizar a construção da fumageira.
Segundo ele, o Fundo arcaria com todos os custos para que a empresa pudesse “sair funcionando”, com pagamento do investimento iniciando três anos após o início da operação.
