Polícia Civil do RS realiza operação contra quadrilha que aplicava “golpe dos nudes”
Operação X-Con foi deflagrada para combater organização criminosa especializada no "golpe dos nudes"
Nesta quinta-feira (30), 20 pessoas foram presas pela Polícia Civil durante a deflagração da Operação X-Con, que visa a combater organização criminosa que pratica os crimes de extorsão e estelionato, sendo especializada em aplicar o “golpe dos nudes”. A quadrilha atua em pelo menos 7 estados da Federação, sendo eles: Rio Grande do Sul, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso, Tocantins e Pernambuco.
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O grupo possui núcleo no município de Esteio, no RS, também operando nas cidades de Porto Alegre, Canoas, Charqueadas, Montenegro, Novo Hamburgo, Alvorada e Viadutos.
A Operação contou com 250 policiais civis, que cumpriram, além das prisões, 44 mandados de busca e apreensão, 25 quebras de sigilo bancário, um sequestro de imóvel, 12 sequestros de veículo e 32 bloqueios de contas bancárias, com 200 contas bancárias, somando mais de 100 ordens judiciais.
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O golpe
A prática criminosa consiste em um primeiro contato ou por uma rede social ou pelo aplicativo Whatsapp, onde uma pessoa jovem e bonita instiga uma vítima a trocar mensagens de cunho sexual e fotos íntimas.
Na sequência, outra pessoa se apresenta como pai da jovem, dizendo que a filha é menor de idade e a conduta da vítima se amolda ao crime de pedofilia.
Para não denunciar, isto é, não levar o fato ao conhecimento de um Delegado de Polícia acarretando, consequentemente, na prisão da vítima, o suposto pai exige depósitos em dinheiro.
Na maioria das vezes, após o recebimento de valores, o extorsionário continua exigindo dinheiro dizendo que haverá a necessidade de submeter sua filha a tratamento psicológico.
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Em um dos casos analisados, chegou a ser exigido dinheiro para o enterro da suposta adolescente que, em razão dos graves danos psicológicos sofridos, atentou contra a própria vida, praticando suicídio.
O maior objetivo da Operação, além de prender os criminosos, é devolver o valor para as vítimas – Foto: Polícia Civil – Divulgação
É bastante comum também, nesses casos, a presença de uma quarta pessoa envolvida, que se apresenta como policial. E, muitas vezes com fotos e nomes reais retirados das redes sociais, dizendo que está sendo registrada uma ocorrência, e que será expedido mandado de prisão contra a vítima, a deixando desesperada e fazendo com que deposite mais dinheiro aos golpistas.
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A verdade é que, a partir do diálogo com a vítima os criminosos percebem qual o seu temor, dessa forma, ora interpretam a figura de um pai revoltado, ora de um Delegado ou Agente que irá tomar as devidas providências e, caso não dê certo, acabam ameaçando a vítima a expor suas fotos intimas para a própria família e em redes sociais.
A Delegada Luciana Bertolletti, titular da Delegacia de Esteio, afirmou que a investigação durou 5 meses e desvendou uma organização com núcleo em Esteio e que atuava em todas as regiões do Brasil, fazendo em vítimas em 7 estados.
“O maior objetivo da Operação, além de prender os criminosos, é devolver o valor para as vítimas”, destacou.
O Diretor da 2ª Delegacia de Polícia Regional Metropolitana (2ªDPRM), Delegado Regional Mario Souza, salientou que o uso de artifícios como a imagem de autoridades com objetivo de aplicar golpes em pessoas tem que ser apurado.
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“Os investigados possuíam um esquema elaborado para causar prejuízos às pessoas. Nenhum delegado, policial ou outra autoridade pede valores por mensagem de aplicativo ou qualquer outra forma. A população deve denunciar e procurar a polícia perante qualquer suspeita”, finalizou.
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