“Nós não podemos desistir do ser humano”, afirma diretor do Presídio de Camaquã
Em entrevista exclusiva, Luis Tavares falou sobre impactos da pandemia, superlotação do Presídio de Camaquã e ressocialização dos apenados
Na manhã desta quarta-feira, 7 de julho, o programa Bom Dia Camaquã recebeu o diretor do Presídio Estadual de Camaquã, Luis Alberto Tavares. O administrador esteve no estúdio da ClicRádio para falar sobre o trabalho desenvolvido na maior casa penitenciária da região e sobre os principais impactos da pandemia de Covid-19.
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Dentre os destaques, estiveram as falas do administrador em relação à ressocialização dos apenados, das boas práticas para a convivência e o gerenciamento dos presos:
“Dentro do estabelecimento prisional tu precisa criar rotinas que façam a tensão diminuir. Assim a gente consegue amenizar as questões de superlotação e estamos até agora sem grandes problemas internos”
Tavares garantiu que as práticas empregadas no dia a dia ajudam a manter o respeito entre os apenados e os servidores do Presídio.
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Em relação à superlotação, Tavares expôs uma realidade que o país enfrenta: um número de novos presos muito maior do que o número de presos que deixam o local.
Por ter mais chegadas do que saídas, hoje o Presídio de Camaquã tem 390 apenados. A casa prisional tem 150 vagas. Isso representa uma superlotação de mais de 250%.
Por este motivo, Tavares também destacou que uma medida judicial moveu os presos do regime semi-aberto para a prisão domiciliar.
“Com informação, com diálogo, a gente ameniza todos os problemas, principalmente de superlotação”
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Dentre os projetos realizados na casa prisional, estão a Farmácia Verde e o projeto Máscara do Bem, em que os presos confeccionam máscaras que posteriormente são doadas para instituições.
Perguntado sobre a socialização dos apenas, ele destacou que muitas vezes a população não sabe das ações ocorridas no Presídio:
“Muitas vezes as pessoas veem o presídio apenas como um depósito de pessoas. A ideia da administração é tratar meios e formas para que o tratamento deles traga oportunidades”.
Ele destacou o trabalho da professora Cátia, responsável pela “Farmácia Verde”, que inclusive já foi apresentado em seminários fora de Camaquã.
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Perguntado sobre o retorno dos presos à sociedade após o cumprimento da pena, Tavares lembrou que ainda existe um rótulo, um estigma, difícil de ser desassociado do apenado: “Automaticamente, quando alguém fala que já foi preso, as pessoas dão um passo atrás. Todos merecem uma oportunidade, uma segunda chance. Nós não podemos desistir do ser humano”, ressaltou.
“É claro que existe aquele preso que tem um parâmetro de crime diferente, com um nível de periculosidade maior e que a ressocialização não é sequer importante pra ele. Ele vai sair da cadeia, vai se envolver novamente, vai voltar. Temos vários exemplos. Mas, nós não podemos desistir do ser humano, não podemos achar que será assim pra sempre”
Ele destacou que existem bons exemplos de presos que foram ressocializados e depois de cumprirem sua pena, receberam uma oportunidade e retornaram ao convívio em sociedade.
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