Transição total da Corsan para matriz energética limpa deve ser concluída em 2025, informa companhia
A Corsan (Companhia Riograndense de Saneamento) informou que atualmente 98% da energia consumida pela empresa já provém de fontes renováveis
A Corsan (Companhia Riograndense de Saneamento) informou que atualmente 98% da energia consumida pela empresa já provém de fontes renováveis. Esse movimento faz parte de um plano mais amplo do grupo Aegea, controlador da companhia, que implementa projetos de geração de energia limpa em 12 estados brasileiros.
Segundo a companhia, “essa conquista reflete sua estratégia de longo prazo para reduzir o impacto ambiental e maximizar a eficiência no uso de recursos naturais”. A empresa também definiu metas ambiciosas: até 2030, reduzir em 15% o consumo específico de energia (medido em kWh/m³) em suas operações, meta vinculada à emissão de Sustainability-Linked Bonds (SLB), uma operação inédita para empresas de saneamento no Brasil.
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Entre as principais iniciativas estão o investimento em usinas fotovoltaicas, que aproveitam a radiação solar, e o uso de biomassa, especialmente através da queima de casca de arroz, uma solução inovadora que aproveita um resíduo agrícola comum na região sul. Além disso, a Corsan mantém forte presença no setor de energia hidrelétrica, garantindo um mix de fontes renováveis em suas operações.
Composição da matriz energética da Corsan
A Corsan também informa que continua a investir no desenvolvimento de novas tecnologias e projetos que garantam a transição contínua para um modelo de negócio sustentável. Elas demonstram a capacidade de aproveitar recursos naturais locais e renováveis para gerar energia de maneira limpa.
O grande destaque no avanço energético da Corsan é o projeto de autoprodução, realizado em parceria com a Elera Renováveis. A partir de janeiro de 2025, o complexo fotovoltaico em Janaúba/MG, o maior do hemisfério sul, fornecerá 144 MWp para a Corsan, o que representa 85% do consumo da Companhia.
Esse arranjo permitirá uma maior estabilidade no fornecimento de energia renovável por um período de 15 anos, além de reduzir custos e contribuir para a redução da pegada de carbono da Corsan, fortalecendo sua posição como referência no uso de energias limpas no setor de saneamento.
Entre projetos inovadores de Geração Distribuída, que representam 15% do consumo energético, e de Autoprodução, pioneiros no setor de saneamento, cobrindo os 85% restantes, a transição da empresa para uma matriz energética 100% limpa deve ser concluída até abril de 2025.
Atualmente, 78% do consumo de suas unidades de baixa tensão já é abastecido por fontes renováveis, o que reflete os avanços recentes com o início da operação de usinas renováveis em Itaqui (biomassa e solar) e Crissiumal (hidrelétrica).
Entre os projetos de Geração Distribuída em operação, destaca-se a usina de biomassa em Itaqui, que utiliza casca de arroz e gera 1.934 MWh/mês, compensando 43% do consumo de baixa tensão.
A companhia também investiu em geração solar fotovoltaica com usinas em Itaqui e Charqueadas, esta última com previsão de início em abril de 2025, cronograma revisto devido às enchentes. As usinas fotovoltaicas juntas serão responsáveis por compensar 29% do consumo de baixa tensão.
Com 3.587 unidades consumidoras (entre recalques, poços e outras estruturas) em todo o estado, a Corsan consome aproximadamente 36,63 GWh por mês, volume que equivale ao consumo de cerca de 137 mil residências.
Sobre a Corsan
A Corsan é responsável pelos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário em 317 municípios, atendendo cerca de 6,5 milhões de gaúchos, pouco mais da metade da população do Estado. Em leilão no dia 20 de dezembro de 2022, a estatal foi adquirida pelo Grupo Aegea, que assumiu a administração da Companhia em 7 de julho de 2023.
Até 2033, segundo a Corsan, o controlador vai aplicar R$ 15 bilhões em investimentos no RS, com a projeção de geração de 66 mil postos de trabalho diretos, indiretos e induzidos no nível nacional e 47 mil somente na economia estadual. Faz parte do compromisso contratual, em atendimento às metas estabelecidas pelo marco legal do saneamento, entregar acesso universalizado à água (99%) e esgoto (90%), até 2033, nos 317 municípios atendidos pela Corsan.
O principal eixo do programa de investimentos da controladora é a universalização da cobertura da rede e sistema de tratamento do esgotamento sanitário, que deve passar dos atuais 20% para 90% em 2033, prazo estabelecido por lei federal para a universalização dos serviços de saneamento no Brasil.
Um total de 264 municípios gaúchos vai passar de zero para 90% de acesso na próxima década, demandando a instalação de mais de 20 mil quilômetros de tubulações para condução do esgoto das residências até as estações, onde serão adequadamente tratados.