Porto Alegre decreta situação de emergência em saúde pública devido ao avanço da dengue
A medida foi publicada no Diário Oficial da Capital nesta quinta-feira (17) e tem como objetivo conter o avanço da doença e garantir uma resposta rápida e coordenada frente ao cenário epidemiológico

Com mais de 4,2 mil casos de dengue confirmados e quase 20 mil notificações suspeitas em 2025, a Prefeitura de Porto Alegre decretou situação de emergência em saúde pública. A medida foi publicada no Diário Oficial da Capital nesta quinta-feira (17) e tem como objetivo conter o avanço da doença e garantir uma resposta rápida e coordenada frente ao cenário epidemiológico.
A cidade já registra duas mortes por dengue, sendo duas mulheres com comorbidades, de 59 e 72 anos. A preocupação aumenta com a circulação de três sorotipos do vírus da dengue (DENV1, DENV2 e DENV3) em diferentes bairros da capital gaúcha.
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Dengue em Porto Alegre: bairros mais afetados e medidas emergenciais
Os bairros com maior incidência de casos por 100 mil habitantes são:
- Passo das Pedras
- Jardim Itu
- Jardim Floresta
- Jardim Sabará
- Morro Santana
Diante do aumento expressivo dos casos, o decreto autoriza a adoção de medidas administrativas excepcionais, como:
- Aquisição imediata de insumos e materiais
- Prorrogação de contratos e convênios
- Reforço da assistência médica
- Realocação de servidores para áreas críticas
- Suspensão de férias e folgas de servidores envolvidos no combate à dengue
- Ações intensificadas de controle ambiental e eliminação de criadouros do mosquito
Além disso, denúncias feitas pelo canal 156 terão prioridade, especialmente nas regiões mais afetadas.
Atendimento ampliado e tendas emergenciais
Para atender a população, a prefeitura e o Governo do Estado, em parceria com o Grupo Hospitalar Conceição, instalaram uma tenda 24h da Força Nacional do SUS junto à UPA Moacyr Scliar, na Zona Norte da capital.
Nos próximos dias, uma segunda tenda de hidratação será instalada no Stock Center da avenida Manoel Elias, no Passo das Pedras. A estrutura contará com mais de 20 profissionais de saúde, com atendimento diário das 8h às 22h. Unidades de saúde também abrirão em finais de semana e feriados para acolher pacientes com sintomas de dengue.
Sintomas da dengue e orientações médicas
A dengue é uma doença febril viral transmitida pelo mosquito Aedes aegypti. Os sintomas geralmente surgem de forma súbita e duram até sete dias. Entre os principais sinais estão:
- Febre alta (39°C a 40°C)
- Dor de cabeça
- Dor no corpo e nas articulações
- Dor atrás dos olhos
- Náusea e vômito
- Manchas vermelhas na pele
- Cansaço e mal-estar
Em casos leves, a orientação é procurar a unidade de saúde mais próxima. Já em situações com sinais de alarme, como vômitos persistentes, dor abdominal intensa, tontura, sangramentos ou sinais de desidratação, a recomendação é buscar atendimento de urgência.
Cuidados para evitar o mosquito da dengue
A melhor forma de combate à dengue é eliminar os criadouros do mosquito Aedes aegypti, que se proliferam em água parada. Os cuidados essenciais incluem:
- Evitar água acumulada em recipientes
- Manter caixas d’água e lixeiras fechadas
- Limpar calhas e ralos
- Tratar piscinas corretamente
- Descartar o lixo de forma adequada
- Cobrir brinquedos e recipientes expostos à chuva
Estado alerta para aumento de casos de chikungunya
Além da dengue, o Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs) emitiu alerta sobre o aumento dos casos de chikungunya no Rio Grande do Sul, especialmente no município de Carazinho, que já registrou 116 casos e um óbito.
A chikungunya também é transmitida pelo Aedes aegypti e tem como principais sintomas:
- Febre alta
- Dores intensas nas articulações
- Dores musculares e de cabeça
- Inchaço nas articulações
- Manchas vermelhas, vômitos e calafrios
Assim como na dengue, o tratamento é sintomático, com hidratação e acompanhamento médico. Não se deve tomar medicamentos por conta própria.
Dados da dengue no RS em 2025
De acordo com o Painel de Casos de Dengue RS, o estado já contabiliza 7.619 casos confirmados e cinco mortes neste ano. Em 2024, o Rio Grande do Sul viveu o pior cenário da doença, com 208 mil casos e 281 óbitos.
Para enfrentar a situação, o Centro de Operações de Emergência (COE) está alinhando ações com foco na capacitação de equipes de saúde, ampliação da comunicação com a população e reforço das estratégias preventivas.