Estado sugere que hospitais tomem dinheiro emprestado para repor repasses atrasados
Objetivo é negociar um financiamento de R$ 450 milhões via Secretaria da Fazenda e Banrisul
O governo gaúcho solicitou aos hospitais que detêm créditos junto ao Estado que recorram a um empréstimo bancário para repor os repasses atrasados, de responsabilidade do próprio Executivo. Hoje, o secretário da Saúde, João Gabardo, se reuniu com dirigentes da Federação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos do Rio Grande do Sul.
O objetivo é negociar um financiamento de R$ 450 milhões, via Secretaria da Fazenda e Banrisul. O montante representa os repasses atrasados de 2014 e os restantes de 2015. A intenção é de que os próprios hospitais filantrópicos arquem com a quantia e o governo pague os juros.
De acordo com o presidente da Federação, Francisco Ferrer, que representou a entidade no encontro com o secretário, o prazo proposto para o Estado saldar juros e encargos é de três anos. A partir desse período, a Federação ganha 96 meses para quitar o débito principal, desde que se encontre uma solução para manter a relação receita e custo. O secretário Gabardo se comprometeu a encaminhar a proposta internamente, a fim de autorizar a modalidade de empréstimo sugerida.
Além da falta de repasses, outra alegação das instituições é uma defasagem de 65% entre os gastos dos serviços prestados pelo SUS e os valores pagos por eles. No encontro de hoje, ficou definida, ainda, a retomada de um grupo de trabalho que vai pressionar o governo federal para que aumente os repasses para o Sistema Único de Saúde (SUS). Como presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), o secretário Gabbardo se comprometeu a liderar a mobilização. Também vai ser elaborado um estudo técnico para discutir propostas e possibilidades de racionalização dos serviços prestados pelos hospitais, buscando a redução de custos em áreas que não afetem o atendimento à população.
