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23 de maio de 2025
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Doador do “sangue dourado” que salvou a vida de mais de 2 milhões de bebês morre na Austrália

Ele começou a doar seu plasma sanguíneo quando tinha 18 anos e continuou fazendo isso a cada duas semanas até os 81


Por Kathrein Silva Publicado 05/03/2025
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Foto: Australian Red Cross Lifeblood/Via BBC

O doador australiano James Harrison, de 88 anos, morreu no dia 17 de fevereiro em uma casa de repouso em Nova Gales do Sul, na Austrália. Ele era um doador de sangue cujo plasma salvou a vida de mais de 2 milhões de bebês. A família comunicou o falecimento na última segunda-feira (3).

O homem, que era conhecido na Austrália como o “homem do braço de ouro”, prometeu fazer doações quando tinha 14 anos, após uma grande cirurgia torácica. Ele começou a doar seu plasma sanguíneo quando tinha 18 anos e continuou fazendo isso a cada duas semanas até os 81.

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Em 2005, foi reconhecido pelo recorde mundial de maior quantidade de plasma doado, título que manteve até 2022. O Serviço de Sangue da Cruz Vermelha Australiana prestou homenagem a Harrison.

Doença hemolítica do feto e do recém-nascido

O sangue de Harrison continha o anticorpo Anti-D, raro, usado para fazer medicamentos dados a mães grávidas cujo sangue corre o risco de atacar seus bebês ainda não nascidos. As vacinas que utilizam o anticorpo protegem os bebês em gestação de um distúrbio sanguíneo mortal chamado doença hemolítica do feto e do recém-nascido.

A condição ocorre na gravidez quando os glóbulos vermelhos da mãe são incompatíveis com os do bebê em crescimento. O que ocorre quando mãe e feto têm diferentes fatores Rh, sendo a mãe negativo e o feto positivo.

O sistema imunológico da mãe não reconhece as células do bebê e produz anticorpos para atacá-las. Isso pode prejudicar seriamente o bebê, causando anemia grave, insuficiência cardíaca ou até mesmo a morte.

Na década de 1960, antes que a vacina fosse inventada, um a cada dois bebês diagnosticados com doença hemolítica morria.

Não há evidências concretas de como o sangue de James se tornou rico na imunoglobulina, as suspeitas são devido à transfusão de sangue maciça que ele recebeu aos 14 anos.

Existem menos de 200 doadores anti-D na Austrália, mas eles ajudam cerca de 45 mil mães e seus bebês todos os anos, de acordo com o Serviço de Sangue da Cruz Vermelha Australiana, também conhecido como Lifeblood.

A Lifeblood tem trabalhado com o Instituto de Pesquisa Médica Walter e Eliza Hall da Austrália para desenvolver anticorpos anti-D em laboratório, replicando células sanguíneas e imunológicas de Harrison e outros doadores.

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