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23 de maio de 2025
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Um ano depois: relembre como foi a mobilização dos camaquenses durante as enchentes de 2024

Defesa Civil Municipal, Hospital Nossa Senhora Aparecida e dezenas de voluntários atuaram ao longo das semanas mais críticas da maior tragédia climática da história do Rio Grande do Sul


Por Pablo Bierhals Publicado 29/04/2025
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Foto: Arquivo/Clic Camaquã

Entre abril e maio de 2024, há cerca de um ano, o Rio Grande do Sul vivia a maior tragédia climática de sua história, com ao menos 478 municípios atingidos, mais de 2,3 milhões de pessoas impactadas e quase meio milhão desabrigados ou desalojados. Na última semana, com a confirmação de mais uma morte, o número oficial de óbitos em razão das enchentes chegou a 184. Outras 25 pessoas seguem desaparecidas.

Durante os eventos climáticos extremos, Camaquã teve um papel fundamental como apoio aos municípios mais afetados. Defesa Civil Municipal, Hospital Nossa Senhora Aparecida e dezenas de voluntários atuaram ao longo das semanas mais críticas.

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O Governo do Estado decretou calamidade pública no dia 1º de maio. O decreto declarava “estado de calamidade pública no Rio Grande do Sul afetado pelos eventos climáticos de chuvas intensas” ocorridos a partir de 24 de abril de 2024. Na ocasião, o documento assinado pelo governado Eduardo Leite destacava que o RS era atingido por chuvas intensas, alagamentos, granizo, inundações, enxurradas e vendavais de grande intensidade, sendo classificados como desastres de Nível III, caracterizados por danos e prejuízos elevados.

Águas atingem níveis históricos

As enchentes iniciaram na região dos vales e foram avançando para região Metropolitana, Costa Doce e Zona Sul. O lago Guaíba atingiu sua cota máxima histórica em 5 de maio de 2024, quando o nível da água chegou a 5,33 metros, superando o recorde anterior de 4,76 metros registrado na enchente de 1941.

As águas invadiram as ruas de Porto Alegre, Eldorado do Sul e Guaíba, entre outros municípios. Os rios da região também atingiram níveis históricos, como é o caso do Taquari, Caí e Jacuí, além do próprio Camaquã, aos Sul, e o Canal São Gonçalo. A cheia dos rios e lagos chegou até a Lagoa dos Patos, quando a Costa Doce também foi atingida, provocando grandes estragos em municípios como Arambaré, Tapes e São Lourenço do Sul.

A região da Várzea, em Camaquã, também sofreu com as cheias. Aquela foi a quarta vez, em menos de um ano, que os moradores de localidades como Pacheca, Ilha Santo Antônio e Capororoca sofriam com alagamentos, necessitando de ajuda aérea para resgates e envio de mantimentos.

Todos os municípios da região, direta ou indiretamente, foram afetados. Em Chuvisca, por exemplo, as interrupções em rodovias estaduais e federais causaram problemas no reabastecimento de medicamentos e insumos para saúde.

Ginásio Municipal vira abrigo provisório para atingidos pelas enchentes

O Ginásio Municipal Wadislau Niemxeski, em Camaquã, recebeu os primeiros desabrigados no dia 5 de maio, e seguiu recebendo nos dias seguintes. O Teatro do Sesc também serviu de abrigo para moradores da região Metropolitana de Porto Alegre. Ao todo, o Ginásio chegou a receber cerca de 100 pessoas, mas Camaquã abrigou um número ainda maior contando aqueles que ficaram nas casas de parentes.

Ao todo, 250 leitos chegaram a ser preparados para caso de necessidade.

Hospital de Camaquã recebe pacientes de municípios atingidos pelas enchentes

O Hospital Nossa Senhora Aparecida, mesmo com superlotação, precisou receber pacientes da região Metropolitana do estado. Durante o período de maior necessidade, o hospital recebeu 108 pacientes de Guaíba e Eldorado do Sul. Na época, o então presidente Otávio Morais, destacou a importância da entidade filantrópica não só para região, mas também para toda Grande Porto Alegre.

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Foto: Arquivo/Clic Camaquã. Imagem do HNSA em maio de 2024.

Em um momento de maior urgência, quando as pontes que ligam Camaquã à Porto Alegre estavam interrompidas, um helicóptero da Polícia Militar de São Paulo chegou a ser utilizado para transferência de pacientes. A aeronave cedida pelo Governo do Estado de São Paulo pousou no Estádio do Guarany de Camaquã.

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Foto: Arquivo/Clic Camaquã. Helicóptero da PM de SP em Camaquã.

Camaquenses se unem para prestar ajuda humanitária

Em meio ao caos que predominava no estado naquelas semanas, os camaquenses encontraram forças para o voluntariado. Diversos grupos começaram a mobilizar doações e idas até cidades atingidas para somar esforços nos resgates de vítimas.

Um ponto de coleta localizado na Praça Zeca Netto chamou atenção pela intensa movimentação no começo de maio. Ao menos uma carreta e outros dois caminhões foram utilizados para arrecadação de alimentos, produtos de higiene, colchões, cobertores e até mesmo ração para animais. A Prefeitura de Camaquã também chegou a destinar um comboio de transportes com o objetivo de auxiliar no resgate de desalojados na Região Metropolitana.

Ainda em maio, um grupo de artistas camaquenses também mobilizou ações, promovendo uma live, com inúmeras participações, para arrecadação de recursos.

Em meio a tragédia, surge um hino

Já no final de maio, o músico Capitão Faustino, de Camaquã, gravou uma versão da música “My Way”, que contou com a participação do também camaquense Pablo Voloski, com uma mensagem que, segundo o cantor, é para os que se foram, e para aqueles heróis que estavam salvando vidas durante a maior tragédia climática do estado.

Assista o clipe musical gravado no Forte Zeca Netto, em Camaquã:

Texto: Pablo Bierhals

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