Prefeitura de Amaral Ferrador emite nota de esclarecimento sobre interdição de hospital
Além disso, questionam um projeto que estaria parado na Vigilância há mais de 8 meses onde é previsto R$ 700 mil em investimentos de melhorias

A unidade de pronto atendimento São José (Hospital São José), em Amaral Ferrador, foi interditada após fiscalização da Vigilância Sanitária do Rio Grande do Sul nesta segunda-feira (25), através da 3ª Coordenadoria Regional de Saúde. Entre os motivos, estão a ausência de enfermeiro em turno integral, irregularidade em esterilização e ausência de registro de limpeza do reservatório.
Ainda na segunda-feira, após reuniões com representantes do Estado, a Prefeitura Municipal emitiu uma nota de esclarecimento sobre a situação da unidade. Além disso, questionam um projeto que estaria parado na Vigilância há mais de 8 meses onde é previsto R$ 700 mil em investimentos de melhorias.
📱 Clique para receber notícias de graça pelo WhatsApp.
Conhecido por “Hospital”, o São José é a principal busca dos moradores de Amaral Ferrador em caso de emergência.
Leia a nota completa da prefeitura:
A administração municipal de Amaral Ferrador, vem a público prestar esclarecimentos em face do ocorrido na manhã desta segunda-feira (25).
Acontece que após denúncia efetuada, uma equipe da vigilância sanitária estadual, esteve vistoriando a Sociedade Hospitalar São José. Em respeito a população e aqueles que aguardam uma resposta verdadeira, sem cunho político, estaremos esclarecendo os pontos que levaram à interdição do nosso hospital.
Tudo isso partiu após uma denúncia, informação essa passada pela própria vigilância sanitária. Porém os itens citados e que levaram à interdição, são irrisórios, irrelevantes e sem gravidade alguma. Podia sim a vigilância apenas advertir e manter o funcionamento, porém executaram de maneira arbitrária, autoritária e sem pudor nenhum a interdição. Não houveram argumentos suficientes por parte da secretária, nem do assessor jurídico do município que chegassem a tempo.
Muitas vidas foram salvas graças ao primeiro atendimento no hospital, a estabilização de um paciente com quadro grave antes de encaminhar é vital antes de chegar em nossas referências. Sabemos que em se tratando de um município pequeno e com poucos recursos, é praticamente inviável manter um padrão de hospital como a lei determina. No papel é fácil para quem não conhece a nossa realidade. Faltou sensibilidade da vigilância sanitária e isso é fato.
Outro fator importante, é que a vigilância sanitária indica o atendimento no posto de saúde, porém ela mesma proíbe (no papel), tal ação. Visto que nossa unidade básica de saúde não tem a permissão para atendimento de urgência e emergência.
Outro fator curioso, é que o município foi contemplado com um valor em torno de R$700.000,00 (setecentos mil reais) para a modernização, porém o projeto está parado na própria vigilância há mais de 8 meses. Esse valor seria para melhorias no prédio e investimento em novos equipamentos. Com essas melhorias não haveria a necessidade de interdição. Porém quem deveria ter liberado o projeto para a execução, não o fez, ainda lacrou as portas do nosso hospital.
OS MOTIVOS DA INTERDIÇÃO, SEGUNDO A VIGILÂNCIA SANITÁRIA
Os três itens listados pela vigilância sanitária, que, segundo eles, foram os motivos da interdição, são eles:
1° Ausência de uma enfermeira no momento que eles adentraram no hospital;
2° O aparelho de autoclave (CME), estar em uma outra sala que não na dele;
3° Um laudo técnico atestando a qualidade da água do hospital;
Foram esses os três itens responsáveis pela interdição do Hospital.
O ESCLARECIMENTO
* A ausência da enfermeira se deu porque a mesma estava em diligência, porém tínhamos dois enfermeiros de sobreaviso ao lado, no posto de saúde, menos de 40 metros do hospital. Mesmo assim, a administração municipal já está contratando mais uma enfermeira para trabalhar no hospital.
* O aparelho de autoclave, o qual realiza a esterelização de equipamentos, estava com problema de mal contato em sua tomada original, sendo deslocado para uma sala ao lado para realizar o procedimento em razão disso. Logo voltaria para sua sala de origem e a tomada seria substituída.
* O laudo atestando a boa qualidade da água estava no e-mail, porém a vigilância exigiu impresso naquele momento, logo em seguida foi feito, porém não surtiu efeito. Posteriormente será encaminhado para a 3° coordenaria de saúde na cidade de Pelotas.
Estas foram as razões para a interdição do nosso hospital, o único recurso de urgência e emergência do município. Tememos muito pela vida, nosso hospital não poderia de maneira alguma estar fechado nem por 5 minutos.
Desde quando a atual administração assumiu em 2017, não medimos esforços para manter médicos 24 horas por dia, remédios e insumos para a execução de procedimentos, bem como ampliar e manter uma equipe completa em escalas para nunca deixar nossa população vulnerável.
Na data de hoje, a administração municipal já realizou a contratação de mais uma enfermeira, já providenciou o conserto da tomada do aparelho de autoclave e o laudo atestando a qualidade da água já estava OK.
Visto os fatos e elucidados os motivos, nota-se que não há gravidade alguma e muito menos razão para esse ato insano e desumano com a população de Amaral Ferrador. Repudiamos veementemente tal ação, pois somos um município judiado pelo acesso de 38 quilômetros de estrada de chão, referências longe e toda a dificuldade em dias de chuva causando isolamento por cheias ou excesso de barro na estrada (que é de responsabilidade do governo do estado).
Quando aos denunciantes, lamentamos que alguém seja frio e tenha tamanho grau de insanidade. A prefeitura de Amaral Ferrador irá apurar e sempre que tiver mais informações estará tornando público para a população.