CPI do Pronto Socorro: relator explica andamento das investigações de corrupção em Pelotas
Relatório está pronto há um mês e a expectativa é apresentar ainda em 2024; informações podem auxiliar Ministério Público
Iniciada em fevereiro de 2024, a CPI do Pronto Socorro de Pelotas já está com relatório concluído há um mês. As investigações apontam para fortes indícios de corrupção envolvendo a contratação de serviços de portaria através de duplicação de notas, com valores desviados podendo chegar a R$ 750 mil.
O relator da comissão, vereador Jurandir Silva (PSOL), concedeu entrevista ao programa Bom Dia, da Clic Rádio, trazendo um panorama geral sobre o andamento das investigações conduzidas pelos parlamentares.
De acordo com Jurandir, há expectativa de que o relatório seja apresentado ainda em 2024, com a atual legislatura. Ainda que não tenha sido possível ouvir os dois principais suspeitos, o ex-diretor administrativo e financeiro do PS, Misael da Cunha, e o proprietário da empresa suspeita de receber valores duplicados, Matheus de Souza Leão, o resultado da CPI pode auxiliar nas investigações que também são conduzidas pelo Ministério Público.
A comissão ouviu diversos depoimentos e coletou informações. Uma das pessoas ouvidas, por exemplo, foi a ex-secretária de Saúde, Roberta Paganini, que pediu exoneração em maio. Segundo seu depoimento, a nomeação de Misael para o cargo de diretor partiu do Gabinete da Prefeita.
Apresentação do relatório
O atraso na apresentação do relatório, segundo o vereador, ocorre por uma série de motivos, sendo a expectativa que havia em ouvir Misael uma delas. O ex-diretor do PS, no entanto, conseguiu um habeas corpus para que, caso fosse depor, tivesse o direito de permanecer em silêncio durante os questionamentos. Em seguida, o Poder Judiciário também concedeu o direito de Misael sequer ir depor na comissão. O proprietário da empresa envolvida também não foi ouvido por motivos similares.
Além disso, durante o período eleitoral, a Câmara Municipal baixou uma portaria que impedia audiências públicas e transmissão de audiências. Este, segundo Jurandir, foi outro motivo para o relatório ainda não ter sido apresentado “eu não aceito a possibilidade de que seja feita apresentação de um relatório sem que seja público”.
Por outro lado, Jurandir garante que o próprio líder do governo na Câmara quer a apresentação do relatório que deve ser aprovado por unanimidade entre os parlamentares. “Tenho bastante convicção de que ele será apresentado, será aprovado, vai para o Ministério Público e vai seguir as investigações”, conclui.
Assista a entrevista completa de Jurandir Silva na Clic Rádio:
Texto: Pablo Bierhals