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Áudio de conversa de Bolsonaro revela novas informações sobre investigação da Abin Paralela

Ministro Alexandre Moraes retirou o sigilo de áudio de conversa de Bolsonaro


Por Pablo Bierhals Publicado 16/07/2024
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Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil/Ilustrativa

O áudio no qual o ex-presidente Jair Bolsonaro, o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno e o ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Alexandre Ramagem discutem o uso ilegal da Abin para espionagem foi liberado nesta segunda-feira (15) pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre Moraes.

As investigações indicam que a conversa foi “possivelmente” gravada por Ramagem em agosto de 2020. O áudio foi mencionado no relatório da investigação “Abin Paralela”, divulgado na semana passada. Além do áudio, o STF disponibilizou a transcrição da conversa feita pela Polícia Federal.

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Detalhes da Gravação

Com 1 hora e oito minutos de duração, a gravação estava sob segredo de Justiça. Segundo a Polícia Federal, a conversa está relacionada ao uso ilegal da Abin para obter informações sobre o inquérito que investigava o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) por “rachadinha” durante seu mandato como deputado estadual. Em 2021, essa investigação foi anulada pela Justiça.

Durante a reunião gravada, as advogadas de Flávio, Juliana Bierrenbach e Luciana Pires, discutiram maneiras de obter informações sobre a investigação na Receita Federal e no Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro).

As advogadas sugeriram que o Serpro poderia ajudar a anular a investigação. Juliana Bierrenbach afirmou: “Então, o que eu tenho? Eu não tenho uma prova de que foi feito isso com o Flávio”. Luciana Pires respondeu: “A gente quer essa prova”.

Bolsonaro então mencionou que falaria com Gustavo Canuto, então presidente da Dataprev, sobre o assunto: “Eu falo com o Canuto. Agora, isso aí eu falo com o Flávio, então. Qualquer hora do dia amanhã”. Ramagem concordou: “Fala com o Canuto para saber do Serpro, tá”. Bolsonaro completou: “Ninguém gosta de tráfico de influência. A gente quer fazer [inaudível]”.

Em outro momento, Ramagem sugeriu investigar vulnerabilidades dos fiscais da Receita envolvidos na investigação: “Porque esse é o caminho correto de averiguar alguma possível vulnerabilidade ali. O que circula realmente é a promiscuidade entre MP e Receita desde o começo”.

Preocupações com Vazamento

Em um trecho do áudio, Bolsonaro e Heleno expressaram preocupação com o vazamento da conversa. Heleno comentou: “Tem que alertar ele [chefe da Receita], ele tem que manter esse troço fechadíssimo. Pegar de gente de confiança dele”. Bolsonaro acrescentou: “Tá certo. E deixar bem claro, a gente nunca sabe se alguém está gravando alguma coisa, que não estamos procurando favorecimento de ninguém”.

Defesa

O senador Flávio Bolsonaro, em nota, afirmou que o áudio apenas mostra suas advogadas comunicando suspeitas de que um grupo agia com interesses políticos dentro da Receita Federal para prejudicar ele e sua família. “A partir dessas suspeitas, tomamos as medidas legais cabíveis. O próprio presidente Bolsonaro fala na gravação que não ‘tem jeitinho’ e diz que tudo deve ser apurado dentro da lei. E assim foi feito”, declarou o senador.

O advogado do general Augusto Heleno, Matheus Mayer, disse que não vai se manifestar sobre o assunto. A defesa do ex-presidente Bolsonaro também foi procurada, mas não quis se manifestar. A Agência Brasil permanece disponível para incluir o posicionamento dos citados.

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