Relembre quem é Edelvânia, encontrada morta em sua cela em Porto Alegre
Edelvânia foi condenada a 22 anos e 10 meses de prisão em março de 2019 pela morte do menino Bernardo Uglione Boldrini

Edelvânia Wirganovicz, morreu aos 51 anos, nesta terça-feira (22). Ela foi encontrada morta dentro de sua cela no Instituto Penal Feminino de Porto Alegre.
Em nota, a Polícia Penal afirmou que os indícios apontam para que a “própria apenada tenha cometido o ato”.
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A apenada havia retornado ao regime semiaberto em 2025, após dois anos em prisão domiciliar.
Qual a condenação?
Edelvânia foi condenada a 22 anos e 10 meses de prisão em março de 2019 pela morte de Bernardo Uglione Boldrini. O crime, que ocorreu em 2014, em Três Passos, foi de grande repercussão na época.
Em maio de 2022, Edelvânia Wirganovicz foi para o regime semiaberto.
Em 2023, uma decisão do juízo da 2ª Vara de Execuções Criminais da comarca de Porto Alegre determinou que Edelvânia cumprisse pena em prisão domiciliar com uso de tornozeleira eletrônica em razão da falta de vagas no sistema prisional.
Em 25 de fevereiro de 2025, o Supremo Tribunal Federal (STF) revogou a prisão domiciliar e determinou o retorno dela ao semiaberto.
A decisão do ministro Cristiano Zanin atendeu uma reclamação da Procuradoria de Recursos do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS).
Segundo o MP, Edelvânia não poderia receber o benefício de regime domiliciar porque teria 50% de pena pendente para cumprimento.
A morte do menino Bernardo
De acordo com a polícia, o menino foi visto pela última vez às 18h do dia 4 de abril de 2014, quando ia dormir na casa de um amigo, que ficava a duas quadras de distância de onde ele morava.
No dia 6 de abril, o pai do menino foi até a casa do amigo, mas foi comunicado que o filho não estava no local e que não havia chegado nos dias anteriores.
Vários dias após o suposto sumiço do filho, o pai de Bernardo procurou uma emissora de rádio de Porto Alegre para pedir ajuda nas buscas pelo menino.
O corpo do menino foi achado em Frederico Westphalen, a 80 km de Três Passos. Na época, a polícia não descartava nenhuma linha de investigação. Dois carros da família foram recolhidos para perícia.
Na mesma noite em que o corpo foi encontrado, a polícia prendeu o pai, a madrasta, Graciele Ugulini, e uma amiga do casal, Edelvânia Wirganovicz.
No dia do desaparecimento, Graciele foi multada por excesso de velocidade entre Três Passos e Frederico Westphalen. Bernardo estava no banco de trás do carro.
Investigação e julgamentos
Órfão de mãe, o garoto se queixava de abandono familiar. Bernardo chegou a procurar o Judiciário no início de 2014 para falar do assunto, pedindo para morar com outra família, segundo o Ministério Público.
A avó materna, Jussara Uglione, disse que a criança era maltratada pela madrasta. Uma ex-babá do menino afirmou que ele recebia pouca atenção do pai e da madrasta.
Em 10 de maio de 2014, a A Polícia Civil prendeu o irmão de Edelvania, Evandro Wirganovicz, suspeito de participação ou ocultação de cadáver no caso.
A Justiça considerou que o terreno onde o corpo de Bernardo foi encontrado era de difícil escavação, o que poderia indicar a participação de um homem, além de Edelvânia e da madrasta.
Em 15 de maio daquele ano, o pai, a madrasta e a amiga foram denunciados por homicídio quadruplamente qualificado (motivos torpe e fútil, emprego de veneno e recurso que dificultou a defesa da vítima). Eles também foram acusados de ocultação de cadáver.
Assista o vídeo e relembre o caso:
Todos foram condenados. Evandro Wirganovicz cumpriu a pena de nove anos e meio de prisão, extinta em janeiro de 2024, e está solto.
O pai, Leandro Boldrini, cumpre pena em regime semiaberto em Santa Maria. A madrasta Graciele Ugulini está presa no Presídio Estadual Feminino Madre Pelletier, em Porto Alegre.
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