Mais de 100 profissionais da mídia foram mortos em 2023
No planeta, 546 profissionais de mídia foram presos e 107 foram mortos no ano passado


A Federação Nacional dos Jornalistas identificou uma queda de 52% no número de casos de violência contra jornalistas no Brasil em 2023, na comparação com 2022. Os dados constam do relatório Violência contra Jornalistas e Liberdade de Imprensa no Brasil, divulgado nesta quinta-feira (25).
Segundo o repórter da GZH, Humberto Trezzi, no planeta, 546 profissionais de mídia foram presos e 107 foram mortos no ano passado. Das mortes, 94 aconteceram no contexto do conflito Israel-Hamas-Hezbollah (89 palestinos, quatro israelenses e três libaneses).
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A China continua a ser a maior prisão do mundo para jornalistas – com 121 jornalistas ainda detidos. Ela é seguida pela Birmânia (69), que também proferiu a sentença mais pesada contra um profissional da mídia este ano, ao condenar a 20 anos de prisão o fotojornalista Sai Zaw Thaike, acusado sobretudo de “desinformação” e “sedição”. O Brasil tem, no momento, só um jornalista preso, um blogueiro especializado em futebol.
O levantamento é feito pela Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) e pela ONG Repórteres Sem Fronteiras. É um grande aumento em relação a 2022, quando foram mortos 61 profissionais de mídia no mundo.
Em 2023 foram contabilizados 181 ataques a profissionais de mídia no Brasil, conforme a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj). Isso é uma redução de 51,8% em relação ao ano anterior, quando aconteceram 376 ataques. O fato de 2022 ser um ano eleitoral agravou a questão, pondera José Nunes, presidente da ARI e vice-presidente da regional Sul da Fenaj. Apesar de no ano passado ter diminuído o número de agressões à mídia, ainda é muito se comparado com 2018, por exemplo, quando foram registrados 135 episódios do gênero.
O Brasil teve no ano passado um jornalista assassinado, 38 agredidos fisicamente (sobretudo nas manifestações golpistas de 8 de janeiro), 11 virtualmente, 17 verbalmente e 22 processos que são considerados, pela Fenaj, assédio judicial.
Entre as ameaças contabilizadas, duas aconteceram no Rio Grande do Sul. Uma delas, contra Eduardo Matos, por reportagens publicadas em GZH sobre um homem suspeito de seduzir mulheres e aplicar contra elas golpes financeiros. O retratado na matéria intimidou de forma ameaçadora Matos, em frente a familiares.
A outra ameaça registrada no Estado pela Fenaj foi contra o repórter Giovani Grizotti, da RBS TV. A Polícia Federal interceptou mensagens trocadas por dois contrabandistas de soja, que cogitavam assassinar o jornalista. Os dois foram presos.