Feminicídio em Camaquã: suspeito permanece em silêncio após prisão
O caso foi comentado pelo promotor Francisco Saldanha Lauenstein, nesta sexta-feira (25), em participação no programa Bom Dia Camaquã

Juliana Jansen Ribeiro, de 34 anos, foi encontrada morta na última quinta-feira (17), próximo do arroio Velhaco, entre Camaquã e Tapes. O suspeito de feminicídio, de 69 anos, foi preso após investigações. O caso foi comentado pelo promotor Francisco Saldanha Lauenstein, nesta sexta-feira (25), em participação no programa Bom Dia Camaquã.
Feminicídio
O crime, que é tratado como feminicídio, gerou grande repercussão na véspera do feriado de Sexta-Feira Santa.
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De acordo com o promotor, o suspeito chegou a ir até a Delegacia de Polícia registrar ocorrência por desaparecimento, onde afirmou que amava a mulher que estava desaparecida. A Polícia Civil, neste momento, desconfiou do homem e pediu seu celular, verificando indícios que ele foi até o local onde o corpo foi posteriormente encontrado.
Após a descoberta do cadáver, o suspeito passou a exercer seu direito constitucional de permanecer em silêncio.
O promotor elogiou a atuação da delegada Geórgia Malafaia e destacou que mandados de busca e apreensão foram realizados e há diversas provas contra o suspeito. No veículo do suspeito, conforme a própria polícia divulgou, foram localizados e apreendidos um cobertor e um fio de cobre. No pátio da casa dele, também foi encontrada uma calça.
A vítima é natural de Guaíba, município em que residia. Conforme informações, veio para Camaquã no dia anterior aos crimes e estava visitando o namorado, que é o suspeito de ter cometido o crime.
O indiciado foi encaminhado ao sistema prisional e responderá pelos crimes de feminicídio doloso consumado e ocultação de cadáver.
Assista a participação completa do promotor Francisco Saldanha Lauenstein na Clic Rádio:
MPRS lança ação de conscientização sobre violência de gênero
Para chamar a atenção para o grande número de casos de feminicídio que vem ocorrendo no Estado, especialmente após os últimos 10 registrados durante o feriado da Páscoa e Tiradentes, o Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS), por meio do Gabinete de Comunicação (GabCom) e do Centro de Apoio Operacional de Enfrentamento à Violência contra a Mulher (CAOEVCM), está desenvolvendo uma ação de conscientização sobre violência de gênero.
Um videocast com a coordenadora do CAOEVCM, Ivana Battaglin, está disponível a partir desta quinta-feira no YouTube do MPRS. Na entrevista, conduzida pelas jornalistas Roberta Salinet, coordenadora do GabCom, e Michelle Teixeira, social media da instituição, Ivana fala sobre os sinais iniciais de violências que podem ser percebidos pelas mulheres, antes que as mortes aconteçam, e orienta sobre onde procurar ajuda nesses casos. “O feminicídio é a ponta do iceberg, ele é o final de uma escalada de violência. Essas mulheres, que não tinham solicitado medidas protetivas, provavelmente já vinham sofrendo violências de diversas formas: física, psicológica, moral, patrimonial ou sexual. Por isso a importância de detectar esses sinais”, destaca Ivana.
Ainda, em todas as publicações do MPRS, estará presente o selo “MPRS pela vida das mulheres”, desenvolvido pela equipe de designers do GabCom. Trata-se de uma silhueta feminina de braços abertos simbolizando proteção e formando o tronco de uma árvore, representando a vida. O selo será acompanhado de informações essenciais de onde buscar ajuda.
Texto: Pablo Bierhals