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08 de fevereiro de 2025
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Perícia encontra arsênio no sangue de vítimas que comeram o bolo em Torres

As primeiras análises laboratoriais indicaram arsênio no sangue de uma das vítimas e dos dois sobreviventes que comeram o bolo durante um café da tarde, em Torres, no litoral Norte do Rio Grande do Sul


Por Kathrein Silva Publicado 27/12/2024
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Foto: Divulgação/Polícia Civil

As primeiras análises laboratoriais indicaram arsênio no sangue de uma das vítimas e dos dois sobreviventes que comeram o bolo durante um café da tarde, em Torres, no litoral Norte do Rio Grande do Sul. A informação foi confirmada à RBS TV pelo delegado Marcos Veloso, que conduz as investigações.

A substância é extremamente tóxica, utilizada em como conservante de couro, madeira e em inseticidas. Conforme os artigos científicos, a partir de um dose de 100mg de arsênio é possível causar a morte de um ser humano adulto.

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André de Bairros, professor de Toxicologia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), “apesar de ter sido usado como raticida, esta droga pode ser empregada para fins de tratamento oncológico em pacientes com leucemia promielocítica aguda e é comercializada como Trisenox”.

O delegado explicou:

O próprio hospital levou o material para o Centro de Informação Toxicológico. Nesse centro, foi constatado arsênio no sangue de duas vítimas que sobreviveram, que estão no hospital ainda, e de uma mulher que morreu, a dona Neuza.

As três pessoas que morreram após comer o bolo foram as  identificadas como as irmãs Maida Berenice Flores da Silva, 58 anos, e Neuza Denize Silva dos Anjos, 65 anos, além de Tatiana Denize Silva dos Santos, de 43 anos, filha de Neuza. Além da mulher, um menino de 10 anos segue internado.

As três vítimas morreram com intervalo de algumas horas. As duas primeiras tiveram parada cardiorrespiratória, segundo o Hospital Nossa Senhora dos Navegantes de Torres. A terceira teve como causa da morte divulgada “choque pós intoxicação alimentar”.

Conforme o delegado Veloso, a maior concentração do veneno foi encontrada no sangue da mulher que fez o bolo e a única a comer duas fatias.

Investigação

As sete pessoas de uma mesma famílias começaram a passar mal em uma casa durante um café da tarde. Destas, apenas uma delas não teria comido o bolo. A mulher que preparou o alimento, em Arroio do Sal e levou para Torres, também foi hospitalizada.

A investigação encaminhou os corpos para necropsia no Instituto-Geral de Perícias (IGP), órgão responsável por atestar a causa da morte. Os alimentos consumidos pela família foram recolhidos e passaram por perícia. Os resultados devem ser divulgados na próxima semana.

O delegado Marcos Vinícius Velho relata que havia produtos vencidos na residência e que dentro de um frasco de remédio havia um líquido branco, que também será periciado.

Conforme o delegado, o ex-marido da mulher que fez o bolo morreu em setembro por intoxicação alimentar. A morte não foi investigada pela polícia, por ter sido considerada natural. A polícia havia instaurado um inquérito sobre o caso e pediu exumação do corpo.

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