Camaquense é vítima de golpe após pagar boleto recebido no WhatsApp
O comunicante possui financiamento de um veículo e após pagar o boleto recebido no WhatsApp, foi informado que havia sido vítima de um golpe

No último plantão da Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento de Camaquã, mais um caso de estelionato foi registrado. O comunicante, um homem de nome e idade não citados, relatou o golpe sofrido na última semana.
Segundo a vítima, que possui financiamento de um veículo, uma prestação de sua dívida estava vencida. O comunicante entrou no site da financeira para visualizar o valor em aberto e, segundo relatado, acredita que tenha acessado um site falso.
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Através deste site foi gerado um boleto enviado via WhatsApp. A vítima realizou o pagamento e logo após, entrou em contato com a empresa para confirmar o recebimento do valor, sendo informada que o débito seguia em aberto e tal valor não foi depositado.
A prática deste tipo de crime de estelionato tem se tornado cada dia mais comum e apenas em 2019, mais de 100 casos semelhantes foram registrados na Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento de Camaquã.
Como identificar e se proteger de golpes no WhatsApp
Nos últimos dias, a mensagem que viralizou é sobre um suposto tratamento odontológico gratuito oferecido pelo governo, denominado “Brasil Sorridente”, que promete tratamentos dentários ao usuário que clicar em um determinado link (fraudulento). De acordo com o laboratório que identificou o ataque, mais de 165 mil pessoas já acessaram o link malicioso, que recebe, em média, pouco mais de 2 mil visitas diariamente.
Chamado de phishing, esse tipo de ameaça é definido como uma maneira desonesta que cibercriminosos utilizam obter informações pessoais por meio de mensagens falsas. A pesquisa Unisys Security Index 2019 aponta que 85% dos brasileiros já foram vítimas dessas armadilhas e, desse total, 36% reportaram ter recebido mensagens no smartphone por SMS ou WhatsApp simulando serviços.
Para ajudar a população a identificar ameaças e evitar cair em golpes como esse, Mat Newfield, Chief Information Security Officer (CISO) da Unisys, listou abaixo os tipos mais comuns de técnicas utilizadas por criminosos e dicas práticas para se proteger. As informações são do site InforChannel.
Técnicas mais comuns de phishing:
1. Confiança comercial / autoridades: mensagens que parecem vir de uma organização conhecida ou com a qual você pode fazer negócios. Bancos, governo, companhias aéreas e varejistas são ótimos exemplos. Esses comunicados normalmente fornecem um link convincente para que você insira suas credenciais. Eles podem até mesmo enviar dados para o site real, para que você não perceba que foi roubado.
2. Solicitações de atualização: são mensagens simples solicitando que você revise um documento ao atualize seus dados em algum banco de informações.
3. Mensagens de “Heartstring”: são criadas para mexer com as emoções das pessoas em prol de uma causa. Normalmente solicitam ajuda financeira para um parente que sofre de alguma doença rara.
4. Sextortion (chantagem sexual): essas mensagens afirmam saber algo sinistro sobre a vítima e, na verdade, trazem uma “isca” válida que a usuário tenha usado no passado. A demanda é geralmente para um pagamento por bitcoins em troca do sigilo da informação, extraída de uma violação da web anterior.
Formas de verificar se uma mensagem é phishing:
1. Questione tudo: se você receber uma mensagem de uma amiga eu empresa pedindo algo fora do comum, ligue para eles e cheque se a demanda é real.
2. Verifique links: colocar o mouse sobre um link mostrará a URL à qual ele se destina. Se o link deveria redirecionar para um determinado website oficial, mas parece suspeito, não clique nele.
3. Analise todos os aspectos da mensagem: procure por elementos como erros de gramática e ortografia ou troca de letras – eles indicam que pode se tratar de um comunicado falso.
4. Considere adicionar autenticação multifator a sistemas críticos: muitos provedores aplicativos e smartphones oferecem soluções gratuitas aos consumidores para adicionar proteções às suas contas, como autenticação multifator. Aposte nessas estratégias para reforçar a segurança de informações confidenciais.
“Ao receber alguma mensagem inesperada, um conselho que damos é controlar a ansiedade e obter mais informações em fontes confiáveis. A maioria dos ataques explora o emocional das pessoas fazendo com que elas entrem em pânico e sintam que há uma urgência significativa na solicitação. Tirando alguns minutos extras, você pode evitar cair em armadilhas”, comenta Newfield.
“Muitos das mensagens de phishing são praticamente indistinguíveis das oficiais, portanto, a dica é pensar em todos os dias como se fossem o ‘Dia da Mentira’. Mantenha seu ceticismo elevado e não seja pressionado a clicar em links, nem forneça suas informações de login a nada em você clicou. Esteja disposto a perder aquela ‘oferta única’, que provavelmente era boa demais para ser verdade”, completa Tom Patterson, Chief Trust Officer (CTO) da Unisys.
O Golpe dos Nudes
Um convite de amizade pelas redes sociais e o início de uma troca de mensagens. O tempo passa e as conversas chegam ao envio de fotografias íntimas, popularmente conhecidas como nudes. Nesse momento, a sedução dá lugar às ameaças e à extorsão. Esses são os principais passos de um golpe investigado pela Polícia Civil no Rio Grande do Sul. Entre os alvos estão homens, preferencialmente casados, com média de idade entre 40 a 50 anos.
Os investigadores acreditam que desde o início do contato quem envia as mensagens é um estelionatário. Ele se passa por uma jovem atraente e usa um perfil falso nas redes sociais. Suspeita-se que são enviados pedidos de amizades para vários possíveis alvos do golpe. Aqueles que aceitam a solicitação, em um segundo momento, passam a ser vítimas da extorsão.
Durante a conversa, o golpista pede outros contatos, como número de celular. Por aplicativos de mensagens, como WhatsApp, segue a conversa. O estelionatário sugere a troca de fotografias com imagens íntimas. É neste momento que a trapaça chega à etapa que envolve ameaças.
— A prática criminosa busca extorquir valores que chegam até R$ 5 mil de vítimas desavisadas — afirma o delegado Ayrton Figueiredo Martins Júnior, responsável pela delegacia de Portão.
No município do Vale do Sinos foram registrados cinco casos desse golpe no período de 10 dias no mês de maio. Depois de convencer a vítima a trocar fotos íntimas, um homem entra em contato com o alvo. Por telefone, apresenta diferentes identificações. Pode-se dizer pai da jovem, advogado ou mesmo delegado, que estaria investigando o caso.
Quando se identifica como pai, o golpista alega que descobriu o relacionamento e que a filha é menor de 18 anos. Ele ameaça que vítima responderá por pornografia infantil. Diz que irá até a polícia. O golpista exige uma quantia em dinheiro para não “denunciar” o suposto crime.
Em alguns casos, o estelionatário afirma que o homem será processado ou preso (quando se identifica como advogado ou policial). Outra tática dos criminosos mira alvos casados. O golpista ameaça expor as fotografias e a troca de mensagens para a esposa da vítima. É uma forma de tentar convencer os alvos a depositarem os valores exigidos.
A extorsão se inicia com pedidos de valores mais baixos que vão aumentando com o passar dos dias. Nos cinco registros feitos em Portão, nenhuma das vítimas chegou a fazer o depósito. Antes disso, as pessoas extorquidas procuraram a polícia e registraram a ocorrência. Então, foram informados que estavam sendo alvos de golpe.
Mensagens de dentro da prisão
Uma das suspeitas investigadas pela polícia é que por trás dos perfis das jovens estejam presidiários. Seria mais uma forma de os criminosos conseguirem acesso a valores mesmo atrás das grades. Estelionatos e extorsões cometidos de dentro de prisões não são novidade. O “falso sequestro”, no qual os estelionatários alegam estar com um familiar da vítima e também exigem o depósito de valores de contas bancárias, é outro golpe que costuma ser cometido por presos, segundo a polícia.
— As investigações estão em andamento, mas não descartamos que alguns autores estejam dentro do sistema prisional — diz o delegado Martins Júnior.
Apesar de o crime ter sido registrado no mesmo município, nos cinco casos, os perfis falsos das jovens eram diferentes. Em todos eles, o primeiro contato foi feito a partir de um celular com prefixo da área 51. Para o delegado, embora as vítimas não tenham chegado a repassar o valor aos golpistas, trata-se de extorsão:
— Considero consumada diante da exigência de valor pecuniário mediante grave ameaça — analisa.
Até o momento, os autores do golpe não foram identificados. Conforme o policial, a investigação aguarda a quebra de sigilos, por meio de ordens judiciais.
Como não cair no golpe:
- Evite iniciar conversas por meio de aplicativos de mensagens com perfis desconhecidos.
- Não troque fotografias, que possam ter conotação íntima, por meio de aplicativos, como WhatsApp ou Messenger.
- Evite conversas por meio de aplicativos com prefixo telefônico desconhecido.
- Não faça depósitos, transferências ou pagamentos para desconhecidos.
- Se for vítima de algum golpe ou de tentativa de abordagem desse tipo, procure a polícia e registre ocorrência.
Golpe do FGTS no WhatsApp: saiba como se proteger
O Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) virou recentemente uma isca para golpistas no Whatsapp. Especialmente depois do anúncio de que a Caixa Econômica Federal liberaria R$ 500 das contas ativas e inativas. De acordo com o laboratório especializado em segurança digital da PSafe, em apenas dois dias, 100 mil pessoas foram atingidas pelo golpe do FGTS no WhatsApp no Brasil.
Além do WhatsApp, o golpe também tem circulado por e-mail e SMS. Com perguntas como: “deseja sacar todo seu FGTS?” ou “você sacou algum valor do FGTS nos últimos três meses?”. Independentemente da resposta, o usuário é encaminhado para uma nova página, que o induz a compartilhar o link com mais dez amigos do WhatsApp, para liberar o suposto saque. Segundo a PSafe, por hora são registrados, pelo menos, 2.083 novos acessos ao link da fraude. Esse golpe é conhecido como phishing.
Em outro golpe são divulgadas informações falsas sobre um pagamento retroativo de R$ 1,7 mil do FGTS. Segundo a fabricante de antivírus Eset, foram registrados 135 mil cliques no link, que leva o usuário a se inscrever em serviços pagos sem saber. A vítima é induzida a informar seus dados pessoais e a compartilhar o link com cinco amigos no WhatsApp, para poder ter acesso à lista de confirmação e ao recebimento do benefício. Os golpistas chegam ao ponto, inclusive, de mostrar depoimentos falsos de Facebook, sobre saques bem-sucedidos do FGTS.
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Caixa se pronuncia sobre golpe do FGTS no WhatsApp
A Caixa já se manifestou sobre o assunto, informando que não envia links. E também não pede confirmação de dados ou acesso à conta por e-mail, WhatsApp ou SMS. De acordo com o banco, o meio mais claro e seguro para se informar sobre o assunto é o aplicativo FGTS ou o site oficial do banco.
Como evitar de cair em golpes?
O pesquisador da Proteste, Thiago Leite Porto, alerta que o golpe do FGTS não é o único phishing existente no mercado. Para não cair na armadilha é importante não acreditar em endereços de web enviados por redes sociais ou mensageiros, mesmo que seja enviado por uma pessoa conhecida. “Caso o consumidor tenha dúvidas é importante sempre buscar o site oficial, que neste caso é o www.fgts.gov.br“, afirma.
A orientação é sempre verificar a origem e veracidade do e-mail, mensagem ou link que recebeu e nunca confiar em mensagens enviadas por remetentes que você não conheça ou ache estranhos. E-mails que pedem confirmação de dados pessoais e senhas são, em geral, golpes.