Manipulador perverso: homem é julgado por dopar a esposa e recrutar 72 homens para estupros
A acusação afirma que Pelicot, de 71 anos, dopou e recrutou homens para estuprar sua esposa cerca de 200 vezes entre julho de 2011 e outubro de 2020, primeiro na região de Paris e depois em Mazan
Iniciou na sexta-feira (6) o julgamento de Dominique Pelicot, na França. O idoso é julgado por dopar a esposa e, ao longo de 10 anos, recrutar homens para estupra-la. Ao todo, segundo as investigações, 72 homens teriam cometido o crime, mas apenas 50 foram identificados e também estão sendo julgador por estupro qualificado.
Avô “carinhoso” e “super legal” de dia, para a agora ex-esposa, mas estuprador à noite. Um primeiro psicólogo começou a delinear na sexta-feira as “duas caras” de um “manipulador perverso”, conforme reportagem da GZH. “Em 50 anos, nunca o vi dizer nada inapropriado ou obsceno sobre uma mulher”, disse na quinta-feira a sua agora ex-esposa, enquanto seus advogados confirmaram nesta segunda-feira (9) que o divórcio foi pronunciado em agosto.
A acusação afirma que Pelicot, de 71 anos, dopou e recrutou homens para estuprar sua esposa cerca de 200 vezes entre julho de 2011 e outubro de 2020, primeiro na região de Paris e depois em Mazan.
Prisão em 2020 e exames psiquiátricos
Ao ser detido em 2020, após ter sido flagrado filmando por baixo das saias de mulheres em um centro comercial, o homem manifestou o seu “alívio”, porque “não conseguia” parar.
Segundo vários exames psiquiátricos realizados durante a investigação, o acusado não sofre de “nenhuma patologia ou anomalia mental”, mas sim um “desvio sexual ou parafilia de tipo voyeurístico”.
Depoimento da filha
Em depoimento, Caroline Darian lembrou de como sua vida “mudou” no dia 2 de novembro de 2020, quando soube dos fatos. Sua mãe ligou para contar que havia sido vítima de diversos estupro durante anos.
No dia 3 de novembro de 2020, um dia após a ligação de sua mãe, a polícia de Carpentras, no sul da França, explicou aos três irmãos que “entre 30 e 50” homens estupraram sua mãe, Gisèle Pelicot. No mesmo dia, a polícia mostrou duas fotos de uma mulher nua, aparentemente dormindo.
Esta mulher, dormindo em posição fetal e com as nádegas em primeiro plano, seria a própria Darian, em foto registrada pelo seu pai, conforme um investigador. “Descobri que meu pai me fotografou nua secretamente, por quê?”, perguntou a filha, agora convencida de que seu pai também a drogou, assim como fez com sua mãe.
Julgamento
Além do marido, até meados de dezembro o processo vai julgar outros 50 homens, um deles à revelia, por estupro com agravantes, crime que pode acarretar até 20 anos de prisão.