Mãe de menina encontrada morta em contêiner admite ter dado sedativo à criança
Carla Carolina Abreu Souza, 29 anos, prestou depoimento na sexta-feira (9) e admitiu a administração do medicamento, mas negou ter assassinado a filha. Ela foi presa temporariamente no sábado (10)

A mãe de menina encontrada morta dentro de um contêiner de lixo em Guaíba admitiu ter dado medicamento sedativo à Kerollyn Souza Ferreira, de 9 anos, para fazer ela dormir. Carla Carolina Abreu Souza, 29 anos, prestou depoimento na sexta-feira (9) e admitiu a administração do medicamento, mas negou ter assassinado a filha. Ela foi presa temporariamente no sábado (10).
Conforme a Polícia Civil, no depoimento Carla relatou que na quinta-feira (8), acordou por volta de 9h e a menina já havia despertado. Por volta de 11h, a garota teria ido na casa de uma amiguinha tomar banho e depois regressado para ir à escola, onde estudava no turno da tarde.
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No fim da tarde, a menina teria ido buscar o irmão de cinco anos, que estuda numa escola próxima de casa. Segundo relato de professores, era a criança que costumava levar e buscar o menino no colégio. A mãe narrou que a filha foi novamente à casa de uma amiguinha, mas teria regressado logo em seguida. Depois disso, eles teriam jantado marmitas que tinham sido recebidas mais cedo de um amigo. Entre 21h e 22h, ela teria administrado na filha meio comprimido do sedativo clonazepan.
Ainda conforme o relato de Carla, todos foram dormir e ela despertou na manhã seguinte, entre 6h30 e 7h para alimentar a filha caçula e então percebeu que Kerollyn não estava em casa. Carla disse que tomou mais um comprimido sedativo e voltou a dormir, sendo acordada novamente com os policiais batendo na sua porta.
A polícia suspeita que a mulher tenha dopado a filha, que isso tenha causado a morte da criança e ela tenha depositado o corpo da menina neste local, que fica próximo da casa. O laudo de necropsia é aguardado para confirmar o que causou a morte da criança.
Cadáver de criança é encontrado
O corpo de Kerollyn Souza Ferreira, de nove anos, foi encontrado dentro de um contêiner de lixo na manhã da última sexta-feira (9), por volta das 7h. O caso aconteceu no bairro Santa Rita, próximo a uma escola em Guaíba, na região metropolitana de Porto Alegre.
Conforme a Polícia Civil, o corpo foi avistado por um reciclador de lixo. A perícia foi acionada e constatou que a morte, possivelmente, teria sido por volta das 23h do dia anterior. O cadáver não tinha sinais de violência.
A criança tinha histórico de negligência por parte dos pais, e o Conselho Tutelar afirmou que acompanhava o caso. Relatos de vizinhos indicam que a menina costumava cuidar de seus irmãos mais novos e, em algumas ocasiões, era vista pedindo doações de alimentos e roupas nas ruas.
Clonazepam
O clonazepam pertence a uma família de remédios chamados benzodiazepínicos, que possuem como principais propriedades inibição de várias funções do sistema nervoso. O medicamento é usado no tratamento de epilepsia, transtornos de ansiedade, síndrome do pânico, entre outros.
Em doses altas, ele pode causar a sedação, chegando a quadros de coma que podem levar à morte. Por isso, o uso é controlado.