Governo anuncia novo sistema para acompanhar desmatamento na Amazônia
Segundo o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, será utilizado um sistema de imagens em alta resolução que permitirá uma análise diária das áreas

O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, anunciou nesta quinta-feira (1/8) que o governo federal passará a usar um novo modelo para acompanhar o desmatamento da Amazônia. Segundo informações do jornal O Globo, Salles disse que utilizará um sistema de imagens em alta resolução que permitirá uma análise diária das áreas. O anúncio foi feito pelo ministro ao lado do presidente da República, Jair Bolsonaro, e dos também ministros Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional, e Ernesto Araújo, das Relações Exteriores.
Ricardo Salles disse não querer negar números ou justificar atos que tenham acontecido de maneira ilegal. “Estamos mostrando que precisa haver muita responsabilidade na divulgação de informações. E é isso que vamos construir em conjunto”, disse. Segundo ele, a intenção é fazer o monitoramento em tempo real, com imagens de alta resolução.
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O ministro afirmou que será aberta uma licitação para que o novo sistema seja aplicado “no mais curto espaço de tempo possível”, mas não deu maiores detalhes de como será a concorrência.
No último mês, Jair Bolsonaro criticou os números divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) sobre desmatamento registrado no mês de junho deste ano. Os números apontaram um aumento de 88% em comparação com o mesmo mês de 2018.
Nesta quinta-feira (1/8), o presidente disse que os números foram “espancados”, sem apresentar qualquer dado científico ou argumentação que refutasse os dados do Inpe. “Os números, no meu entender, foram espancados, com o objetivo, ao que parece, de atingir o nome do Brasil e do governo”, disse o presidente.
Atualmente, é utilizado o sistema Deter que, segundo Salles, não pode ser utilizado para acompanhar o desmatamento. No entando, ele afirmou que o sistema continuará em uso para orientar a fiscalização.
Na avaliação do ministro, há dois problemas no atual sistema: lapsos temporais (derrubadas que só eram contabilizadas meses depois) e sobreposições (casos que eram computados mais de uma vez). Salles afirmou que as mudanças foram acertadas na quarta-feira (31/7) em uma reunião com o ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, e com a equipe do Inpe, órgão que é subordinado à pasta.