Fernando Sarney pede suspensão da homologação do acordo que manteve Ednaldo Rodrigues na presidência da CBF

A crise nos bastidores da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) ganhou um novo capítulo nesta quarta-feira (7). O vice-presidente da entidade, Fernando Sarney, protocolou no Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido para a suspensão de Ednaldo Rodrigues como presidente da CBF. A solicitação exige o afastamento imediato de Ednaldo, com base na possível falsificação de uma das assinaturas no acordo que o manteve no cargo.

Sarney foi um dos signatários do documento que resultou na homologação judicial da permanência de Ednaldo no comando da CBF. No entanto, ele alegou que o acordo perdeu validade jurídica após a denúncia de que a assinatura do ex-presidente Coronel Nunes teria sido forjada. Caso o STF acolha o pedido, o tribunal poderá retomar o julgamento da legalidade da gestão atual.

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Pedido pode anular acordo que garantiu presidência

O protocolo apresentado por Fernando Sarney aponta que o acordo homologado pelo STF em fevereiro deste ano teria sido comprometido por fraude. Além disso, ele destacou que Ednaldo Rodrigues permanece no cargo com base em uma liminar concedida pelo ministro Gilmar Mendes. Essa decisão foi emitida em janeiro de 2024, com o argumento de que o Brasil corria risco de sofrer sanções esportivas da FIFA caso a entidade continuasse sob intervenção judicial.

Apesar disso, a nova petição reacende a disputa judicial que se arrasta há três anos e questiona a legitimidade da eleição de Ednaldo Rodrigues, realizada em 2022. A ação estava em trâmite no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro e foi encerrada por meio do acordo que, agora, volta a ser alvo de contestação.

Deputada reforça denúncia de falsificação

Na última segunda-feira (6), a deputada federal Daniela Carneiro (União Brasil-RJ), conhecida como Daniela do Waguinho, também entrou com um pedido no STF para afastar Ednaldo Rodrigues da presidência da CBF. Em sua petição, ela anexou um laudo que confirma a falsificação da assinatura do Coronel Nunes no acordo firmado no início do ano.

Segundo a parlamentar, essa irregularidade compromete toda a validade jurídica do documento, o que justificaria a reabertura da ação sobre o processo eleitoral da entidade. Nunes, que foi vice de Ednaldo no último mandato, é uma das figuras centrais no imbróglio.

Entenda os bastidores da disputa

O clima de tensão entre os dirigentes da CBF se intensificou nos últimos meses. Embora Fernando Sarney seja um dos vice-presidentes em exercício, seu rompimento com Ednaldo Rodrigues se tornou público. Sarney, inclusive, não participou da reeleição por aclamação que estendeu o mandato de Ednaldo até 2030.

O acordo que agora está sob suspeita foi assinado por nomes de peso. Além de Sarney e Coronel Nunes, constam como signatários Castellar Neto, Gustavo Feijó, Rogério Caboclo, a Federação Mineira de Futebol e a própria CBF.

Na época, a assinatura desse protocolo visava pacificar o ambiente político da entidade e garantir a continuidade da gestão. No entanto, a suspeita de falsificação reacende o debate sobre a transparência e legalidade das decisões da cúpula do futebol brasileiro.

STF deve reavaliar permanência de Ednaldo

Agora, caberá ao ministro Gilmar Mendes, relator do caso no STF, decidir se acolhe os pedidos apresentados e, portanto, reabre o julgamento. A suspensão de Ednaldo Rodrigues como presidente da CBF volta a ser considerada uma possibilidade concreta, o que poderia gerar nova instabilidade na administração da entidade.

Embora o caso ainda esteja em análise, os desdobramentos das próximas semanas serão cruciais para definir o futuro da CBF. Caso o STF reconheça a invalidade do acordo, a presidência da entidade poderá ser declarada vaga, forçando uma nova eleição ou até mesmo a intervenção judicial.