Filho de ex-chefe do Dops que prendeu Lula integrou equipe médica
Um dos médicos que cuidou do presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante sua internação em São Paulo é Rogério Tuma, filho de Romeu Tuma, ex-chefe do Dops, órgão de repressão da ditadura militar

Um dos médicos que cuidou do presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante sua internação em São Paulo é Rogério Tuma, filho de Romeu Tuma, ex-chefe do Dops, órgão de repressão da ditadura militar.
• Informações de Poder360
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Histórico de Romeu Tuma
Romeu Tuma foi uma figura proeminente na política brasileira, conhecido por sua atuação como chefe do Dops (Departamento de Ordem Política e Social) em São Paulo entre 1977 e 1982. Durante sua gestão, o Dops se destacou como um dos principais órgãos de repressão da ditadura militar, responsável por monitorar e reprimir atividades consideradas subversivas.
Tuma integrou a Polícia Civil de São Paulo e, após sua passagem pelo Dops, foi para a Polícia Federal. Sua carreira política continuou a se desenvolver, culminando em sua eleição como senador em 1994, cargo que ocupou até sua morte em 2010. A trajetória de Romeu Tuma é marcada por controvérsias, especialmente em relação ao seu papel na repressão durante o regime militar.
O papel do Dops na ditadura militar
O Dops (Departamento de Ordem Política e Social) foi um órgão central na estrutura de repressão do regime militar brasileiro, atuando de 1964 até o fim da ditadura em 1985.
Sua principal função era monitorar, investigar e reprimir atividades políticas consideradas subversivas, especialmente aquelas ligadas a movimentos de esquerda e opositores do governo militar.
Durante os anos de sua operação, o Dops foi responsável por diversas prisões arbitrárias, torturas e desaparecimentos forçados.
O departamento utilizava métodos de vigilância e infiltração em grupos políticos, sindicatos e organizações sociais, criando um clima de medo e repressão na sociedade.
A gestão de Romeu Tuma no Dops, de 1977 a 1982, coincidiu com um período em que o regime militar buscava uma imagem de abertura política, mas que na prática continuou a reprimir a oposição.
O Dops, sob sua liderança, manteve suas práticas de controle e repressão, refletindo a complexidade e as contradições do período militar no Brasil.
Internação de Lula e equipe médica
A internação de Luiz Inácio Lula da Silva ocorreu em um momento crítico de sua saúde, quando o presidente apresentou desconfortos e dores de cabeça.
Em 9 de dezembro de 2024, Lula foi levado ao Hospital Sírio-Libanês em Brasília, onde realizou exames que indicaram a necessidade de transferência para São Paulo para um tratamento mais especializado.
Durante sua internação, Lula foi atendido por uma equipe médica altamente qualificada, incluindo o neurologista Rogério Tuma, filho de Romeu Tuma, ex-chefe do Dops. A presença de Tuma na equipe médica gerou discussões sobre a intersecção entre a saúde do presidente e a história política do Brasil.
O presidente passou por dois procedimentos cirúrgicos, incluindo uma trepanação craniana e uma embolização de artéria meníngea média, ambos realizados com sucesso.
A equipe médica informou que Lula estava neurologicamente estável e não apresentava sequelas após as cirurgias, o que foi um alívio para seus apoiadores e para a população em geral.
Impacto da saúde de Lula na política atual
A saúde de Luiz Inácio Lula da Silva tem um impacto significativo na política brasileira atual, especialmente considerando que ele é o presidente mais velho do Brasil, com 79 anos.
Sua recente internação e os procedimentos cirúrgicos realizados em dezembro de 2024 levantaram preocupações sobre sua capacidade de governar e sua continuidade no cargo até o final de seu mandato.
Além disso, Lula já expressou interesse em concorrer à reeleição nas eleições de 2026, o que torna sua saúde um fator crucial para seus planos políticos futuros.
A recuperação do presidente e sua condição de saúde são acompanhadas de perto por analistas políticos e pela mídia, que avaliam como isso pode influenciar sua popularidade e a confiança do eleitorado.
O estado de saúde de Lula também afeta a dinâmica dentro do Partido dos Trabalhadores (PT) e entre seus aliados, que precisam se preparar para possíveis cenários de sucessão ou mudanças na liderança do partido.
Assim, a saúde do presidente não é apenas uma questão pessoal, mas um elemento central nas estratégias políticas e nas expectativas eleitorais para o futuro do Brasil.