“Há risco de greve. Professores já estão em sentimento de greve”, alerta presidente do SIMUCA
Próximo ao final do ano letivo, redução salarial do Magistério de Camaquã mobiliza classe dos professores, que debatem possibilidade de greve em Assembleia na quarta-feira (23)

Próximo do final do ano letivo de 2022, a cidade de Camaquã enfrenta risco de greve na rede Municipal de Ensino. O anúncio de corte do reajuste de 33% do Piso Nacional do Magistério, realizado pela Prefeitura de Camaquã após decisão judicial, mobiliza a categoria que vai se reunir na quarta-feira (23), na sede do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Camaquã (SIMUCA).
Na manhã desta segunda-feira, 21 de novembro, a programação da ClicRádio seguiu com sua cobertura exclusiva da principal polêmica dos últimos dias: a redução do salário do Magistério em Camaquã. O programa Bom Dia Camaquã recebeu Carla Simone de Oliveira Blaskowski, presidente do SIMUCA.
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Em sua entrevista, ela trouxe os principais itens reivindicados pelo sindicato, em nome dos professores e profissionais do Magistério Municipal, em relação ao pagamento do Piso Nacional do Magistério, tema central da polêmica.
- Liminar suspende o pagamento do reajuste de 33% do piso do Magistério em Camaquã
- Prefeito e vereador divergem sobre reajuste do salário do Magistério em Camaquã
Carla detalhou cada ponto que foi questionado pelos professores e pelo SIMUCA em relação à decisão da Prefeitura Municipal da suspensão do pagamento dos 33% de reajuste previsto ao Magistério, que havia sido anunciado e posteriormente, foi suspenso em virtude de liminar da Justiça Federal. A decisão ocorreu após ação da Associação dos Municípios da Costa Doce (ACOSTADOCE).
Ao todo, mais de 1.200 profissionais da educação são afetados pela decisão, com redução salarial média acima de R$500 mensais.
Questionada pelo jornalista Eduardo Costa em relação à possibilidade de greve, a presidente afirmou que já existe um sentimento de greve e que muitos professores defendem a paralisação até que a situação seja resolvida:
“Nós já estamos em sentimento de greve. Como presidente do Sindicato, tenho meus pés no chão e tento fazer com que meus colegas professores tenham amparo legal, para que não hajam prejuízos no futuro dos mesmos. […] Vamos avaliar a situação em Assembleia que acontece na quarta-feira (23)”
Assista a entrevista completa:
Confira a nota da Prefeitura sobre a liminar:
“Esclarecemos que a Associação dos Municípios da Costa Doce (Acostadoce) entrou com o processo Nº 5056735-87.2022.4.04.7100/RS, na Justiça Federal, pela 8ª Vara Federal de Porto Alegre, pedindo a suspensão dos efeitos da Portaria Federal nº 067/2022, que concede 33,24% de reajuste no piso salarial da categoria do magistério.
No início do mês de novembro de 2022, a Justiça Federal concedeu liminar à Associação suspendendo os efeitos da referida portaria.
Mesmo com toda a discussão jurídica que girou em torno da fixação do piso do magistério no ano de 2022 no âmbito Federal, o Município de Camaquã adotou os parâmetros fixado pela Portaria Federal nº 067/22 e concedeu os 33,24% de reajuste para a categoria, reajuste esse que foi cumprido pelo Município até a presente data.
Ocorre que, como a referida portaria teve seus efeitos suspensos por conta da liminar concedida no processo judicial movido pela Associação dos Municípios da Costa Doce, deixou de existir, assim, a sustentação legal para que o Município prossiga pagando este reajuste, visto que o Município de Camaquã pertence a Associação.
Por isso, o Poder Público Municipal serve-se da presente nota para informar que em cumprimento a referida decisão judicial, suspenderá o pagamento do reajuste de 33,24% concedido a categoria do magistério, mantendo a estes servidores o reajuste de 10,06% concedido ao quadro geral, até que se consolide o novo piso do magistério para o ano de 2023, que deve ser anunciado em janeiro do ano que vem pelo Governo Federal.”