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17 de maio de 2025
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Conclave: como é escolhido o novo papa na Igreja Católica

Padre Gerson, de Chuvisca, comenta a morte do Papa Francisco e os próximos passos da Igreja Católica


Por Pablo Bierhals Publicado 23/04/2025
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Foto: Eduardo Costa/Clic Camaquã. Padre Gerson Schmidt, de Chuvisca, na Clic Rádio.

O Padre Gerson Schmidt, pároco na paróquia São João Paulo II, no município de Chuvisca, classificou o Papa Francisco, falecido na última segunda-feira (21), como “revolucionário”, com um papado “histórico” e de “muita humidade”. O assunto foi tema do programa Bom Dia Camaquã desta quarta-feira (23), na Clic Rádio.

Para o Padre Gerson, os 12 anos de pontificado do Papa Francisco foram exemplo de simplicidade. Entre os principais feitos, o Padre destaca os esforços para tornar a Igreja mais simples, “quebrando as pomposidades”, a abertura da Igreja ao mundo, com maior diálogo, valorização das mulheres e a dignidade de todo ser humano.

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Jorge Mario Bergoglio nasceu em Buenos Aires, na Argentina, e foi eleito Papa em março de 2013, marcando a história como primeiro Papa jesuíta e latino-americano. Ao ser eleito, o pontífice escolheu o nome de Francisco em referência a Francisco de Assis fazendo referência à “sua simplicidade e dedicação aos pobres” e motivado pela frase dita por Dom Cláudio Hummes, arcebispo emérito de São Paulo, logo após sua eleição, ainda na Capela Sistina: “Não esqueça dos pobres”. O próprio Papa revelou estas informações em entrevistas.

Sua morte foi anunciada nesta segunda-feira (21), após o fim de semana de Páscoa.

Assista a participação completa do Padre Gerson no programa Bom Dia Camaquã:

Fumaça preta e fumaça branca

O Papa Francisco será sepultado no sábado (26), na Basílica de Santa Maria Maior, em Roma, “quebrando” a tradição centenária de sepultamentos na na Basílica de São Pedro. A escolha do novo Papa deverá ocorrer 15 dias depois e a confirmação de um novo Papa é simbolizada pela tradicional fumaça branca.

Veja como funciona

Antes da votação propriamente, ocorrem as reuniões gerais em que todos os cardeais participam e discutem os problemas da igreja e do mundo atual. Para a segunda parte, a votação na Capela Sistina, participam apenas os cardeais com menos de 80 anos. O número máximo de cardeais eleitores é estabelecido em 120, embora atualmente haja 135 com direito a voto e, como no passado, podem ser concedidas exceções. Normalmente, o novo papa é escolhido entre cardeais que estão na capela, mas nada impede que alguém que está fora seja eleito.

Dos 135 cardeais que vão escolher papa, 108 (80%) foram nomeados por Francisco.

No dia do conclave, da votação a portas fechadas, os cardeais dirigem-se à Basílica de São Pedro para a missa presidida pelo decano do Colégio Cardinalício, que atualmente é o italiano Giovanni Battista Re. Em seguida, eles seguem em procissão para a Capela Sistina, preparada com bancos para as votações e o fogareiro onde serão queimadas as cédulas e anotações. Nesse momento, é proibido o uso de dispositivos eletrônicos ou qualquer contato com o exterior.

Se a eleição começar no período da tarde, o primeiro dia terá apenas um processo de votação. Já os seguintes terão até quatro votações, sendo duas de manhã e duas a tarde. O conclave mais longo da história demorou 33 meses, quase três anos, para eleger Beato Gregório X como papa, em 1271.

Cada cardeal escreve o nome do escolhido em um papel retangular e deposita em uma urna. Após a sessão, dois apuradores abrem os papéis e leem silenciosamente os nomes, enquanto um terceiro os pronuncia em voz alta. As cédulas são furadas, amarradas umas às outras e queimadas no fogareiro.

Se ninguém atinge a maioria qualificada de pelo menos dois terços dos votos, é adicionada uma substância que tinge a fumaça de preto. Caso haja um eleito, o decano pergunta se ele aceita o cargo e qual o nome escolhido para exercer o pontificado.

Caso o cardeal escolhido aceite o cargo, as cédulas são queimadas com um aditivo branco, mostrando ao mundo que um novo papa foi eleito. Na sequência, há o anúncio com a famosa frase habemus papam (temos papa) na Basílica de São Pedro. Por fim, o papa aparece para dar sua primeira bênção.

Sé Vacante

O Colégio Cardinalício é quem assiste o carmelengo (administrador da Santa Sé) na organização do conclave para escolha do novo papa. O atual carmelengo, o irlandês Kevin Farrell, é quem anunciou a morte do Papa Francisco e atuará como chefe de Estado do Vaticano no período que vai dos funerais até o anúncio de quem será o novo Papa. Esse período é chamado de Sé Vacante, quando a Igreja está sem seu líder.

Os cardeais brasileiros

O Brasil tem oito cardeais que integram o Colégio Cardinalício, cinco nomeados pelo Papa Francisco e três pelo papa anterior, Bento XVI, conforme a lista publicada pela Agência Brasil. Apenas um deles não é votante, que é dom Raymundo Damasceno Assis, atual arcebispo emérito de Aparecida, São Paulo, que tem 87 anos. Dom Damasceno foi nomeado por Bento XVI e participou do conclave que escolheu o papa Francisco, em 2013.

Os outros sete cardeais brasileiros, que votam, são:

  • João Braz de Aviz, 77 anos, arcebispo emérito de Brasília.
  • Odilo Scherer, 75 anos, arcebispo de São Paulo.
  • Leonardo Ulrich Steiner, 74 anos, arcebispo de Manaus.
  • Orani Tempesta, 74 anos, arcebispo do Rio de Janeiro.
  • Sérgio da Rocha, 65 anos, arcebispo de Salvador, primaz do Brasil por conduzir a arquidiocese mais antiga do país.
  • Jaime Spengler, 64 anos, arcebispo de Porto Alegre e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
  • Paulo Cezar Costa, 57 anos, arcebispo de Brasília.

Representatividade aumentou

De acordo com um levantamento do UOL, aEuropa ainda é o continente com mais votantes, mas Francisco ajudou a descentralizar a igreja. De todo o corpo, 39,2% são da Europa. Um total de 53 eleitores para o continente. Na sequência, a América conta com 37 cardeais com poder de voto, seguido de Ásia, 23, África, 18, e Oceania, com 4. Contudo, se comparado a 2013, ano de escolha do argentino Francisco, 56% dos eleitores eram do velho continente. Cardeais de 71 países vão escolher o próximo líder máximo do catolicismo mundial.

Existem favoritos?

O Papa Francisco não preparou um sucessor, mas pode ter definido o perfil de um potencial novo Papa. Para o Padre Gerson, que é assessor da Rádio Vaticano e participou da programação do Clic Camaquã nesta quarta, é difícil afirmar um “favorito”, mas existem alguns cardeais que são mais “cogitáveis”.

Entre os mais prováveis, há nomes de diversas nacionalidades, inclusive o brasileiro Dom Odilo Scherer, mas o Padre acredita que a liderança deverá retornar para um Papa de nacionalidade europeia.

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