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23 de maio de 2025
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Censo: Quase metade dos moradores de Camaquã vivem em ruas sem pavimentação

Novo compilado do Censo aponta que Camaquã enfrenta problemas de acessibilidade, sinalização e trafegabilidade


Por Eduardo Costa Publicado 19/04/2025 Atualizado 21/04/2025
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Censo 2022 revela que quase metade dos moradores de Camaquã vivem em ruas sem pavimentação (Foto: Pablo Bierhals/Clic Camaquã)

O Censo 2022, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), trouxe à tona um dado alarmante sobre a infraestrutura urbana de Camaquã, no Rio Grande do Sul: 45,38% da população vive em ruas sem qualquer tipo de pavimentação.

Isso significa que quase metade dos camaquenses reside em vias de chão batido, condição que dificulta o acesso a serviços básicos e compromete a qualidade de vida dos moradores.

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Essa estatística faz parte da pesquisa Características Urbanísticas do Entorno dos Domicílios, uma das vertentes do Censo Demográfico de 2022. O estudo teve como objetivo mapear as condições de acessibilidade, mobilidade e estrutura das vias onde vivem os brasileiros.

Em Camaquã, os números evidenciam um cenário preocupante que exige atenção do poder público.

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Foto: Pablo Bierhals/ Clic Camaquã

A falta de pavimentação não só gera transtornos nos períodos de chuva, como aumenta os riscos de acidentes e dificulta o tráfego de veículos e pedestres.

Além disso, influencia diretamente na saúde pública, com maior incidência de poeira e proliferação de insetos.

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Censo 2022: Acessibilidade ainda é um desafio na cidade

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Foto: Pablo Bierhals/Clic Camaquã

Outro ponto crítico identificado pela pesquisa está relacionado à acessibilidade.

De acordo com o IBGE, apenas 11% dos domicílios camaquenses estão em ruas que possuem rampas para cadeirantes.

Isso significa que 71,31% da população vive em locais sem esse recurso básico, essencial para a locomoção de pessoas com mobilidade reduzida.

A situação se agrava ao observar que 39,3% das calçadas apresentam obstáculos que comprometem a passagem de pedestres.

Entre os impedimentos estão buracos, desníveis, mobiliário urbano mal posicionado, entradas de garagem irregulares e até vegetação invadindo o espaço destinado à circulação.

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Esses obstáculos representam um risco constante para idosos, pessoas com deficiência, gestantes e crianças. A ausência de calçadas, por sua vez, foi identificada em 17,63% dos domicílios, outro número que aponta para a carência de infraestrutura urbana.

Mobilidade urbana limitada

Quando se trata de transporte e mobilidade, os números revelam um cenário de negligência. O levantamento do Censo 2022 aponta que 99,08% das vias de Camaquã não possuem sinalização específica para ciclistas. Isso mostra que o município ainda não está preparado para incentivar o uso de bicicletas como meio de transporte alternativo e sustentável.

Além disso, 85,58% das ruas não contam com paradas de ônibus ou vans, limitando o acesso da população ao transporte público. A ausência desses pontos de parada prejudica principalmente os moradores de regiões mais afastadas do centro, que dependem dos ônibus para ir ao trabalho, escola ou hospital.

Apesar disso, 98,45% das vias possuem estrutura para circulação de veículos pesados, como caminhões e ônibus. Esse dado contrasta com a baixa presença de pontos de parada e sinalização, sugerindo um planejamento viário que prioriza o tráfego, mas ignora a experiência e segurança dos pedestres e usuários de transporte coletivo.

Iluminação e arborização apresentam melhores resultados

Nem todos os dados são negativos. A pesquisa também revelou que a grande maioria dos moradores de Camaquã vive em ruas com iluminação pública — cerca de 98,69% dos domicílios. Esse é um ponto positivo, já que a iluminação adequada aumenta a segurança e contribui para a sensação de bem-estar da população.

Outro indicador positivo está relacionado ao sistema de drenagem: 83,95% dos domicílios estão em vias com bueiros ou bocas de lobo, o que é essencial para evitar alagamentos e o acúmulo de água parada.

No quesito arborização, 43,07% dos entrevistados disseram viver em locais com cinco ou mais árvores no entorno, contribuindo para o conforto térmico e a melhoria da qualidade do ar.

Apesar de ainda abaixo do ideal, esse dado mostra algum avanço em práticas urbanas sustentáveis.

O que o poder público pode fazer com os dados

Os números do Censo servem como uma importante ferramenta de diagnóstico para os gestores municipais.

Ao evidenciar as carências estruturais de Camaquã, o levantamento oferece subsídios concretos para a formulação de políticas públicas mais eficientes e inclusivas.

Investimentos em pavimentação, acessibilidade e mobilidade urbana devem estar entre as prioridades da administração municipal nos próximos anos.

Assim, a adequação das calçadas, a instalação de rampas e a criação de ciclovias são medidas urgentes para garantir uma cidade mais acessível e segura para todos.

Censo 2022 amplia compreensão da realidade brasileira

A pesquisa Características Urbanísticas do Entorno dos Domicílios, uma inovação do Censo 2022, analisou mais de 63 milhões de residências em todo o país.

Isso corresponde a 66% do total de domicílios, abrangendo 174 milhões de brasileiros que vivem em áreas urbanas ou com características urbanas.

Assim, ao incluir questões sobre calçadas, transporte público e infraestrutura urbana, o IBGE oferece um retrato mais completo das cidades brasileiras — revelando desigualdades regionais, carências estruturais e oportunidades de melhoria.

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