Psicultura apresenta aumento de produção em 2024 no Brasil
Tilápia é a principal espécie que colaborou no crescimento

Em 2024, o Brasil atingiu a marca de 968.745 toneladas de peixe de cultivo, o que representa um crescimento de 9,2% em comparação com as 887.029 toneladas produzidas no ano anterior. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (26) pela Associação Brasileira da Piscicultura e mostram que a tilápia foi o principal responsável por esse aumento, com 662.230 toneladas produzidas, marcando um avanço de 14,36% em relação às 579.029 toneladas de 2023.
Por outro lado, a produção de espécies nativas, como tambaqui, pacu, pintado e pirarucu, teve uma queda de 1,8%, totalizando 258.705 toneladas no último ano. O recuo foi atribuído à diminuição da produção na região amazônica. Outras espécies, como o pangasius, carpa e truta, tiveram um crescimento de 7,5%, somando 47.810 toneladas.
📱 Clique para receber notícias de graça pelo WhatsApp.
Francisco Medeiros, presidente da Peixe BR, explicou que o bom desempenho no setor está ligado ao aumento do consumo de peixe de cultivo no país, com a tilápia ganhando destaque, já representando 68,36% de toda a produção. Segundo ele, “o brasileiro tem aprendido a valorizar nossos peixes. No Norte do Brasil, as espécies nativas já são parte importante da alimentação, enquanto no Centro-Sul a tilápia se consolidou como a proteína animal de maior crescimento na última década.”
Este crescimento de quase 10% em 2024 é o maior desde 2015, quando a associação começou a monitorar a produção. Naquele ano, o Brasil produziu 638 mil toneladas, o que significa que, em nove anos, o setor cresceu 51,8%.
O Paraná, maior produtor nacional de peixe de cultivo, teve um aumento significativo de 17,35% em 2024, totalizando 250.315 toneladas. O estado é responsável por cerca de 25% da produção nacional, com um grande papel das cooperativas e piscicultores independentes. Outros estados de destaque na produção foram São Paulo (93.200 toneladas), Minas Gerais (72.800 toneladas), Santa Catarina (59.100 toneladas) e Rondônia (56.900 toneladas). O top 10 da piscicultura no Brasil é completado por Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Bahia e Pernambuco.
Preços e desafios no mercado
Em relação aos preços, 2024 não foi um bom ano para os produtores de tilápia. O valor médio da cotação caiu de R$ 9,68 por quilo em janeiro para R$ 7,77 por quilo em dezembro, conforme dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP. Segundo a Peixe BR, esse declínio foi impulsionado pelo aumento expressivo na produção de alevinos em 2023, o que gerou uma oferta maior do que a demanda, pressionando os preços.
Por outro lado, os peixes nativos vivenciaram um movimento oposto, com uma oferta reduzida e, como resultado, melhores preços para os produtores, especialmente no segundo semestre de 2024.