Política de substituição gradativa do cultivo de fumo preocupa produtores
Produtores reuniram-se em Brasília para pedir auxílio ao governo
Os produtores de tabaco se reuniram nesta quarta, dia 26, em Brasília, com representantes do governo federal para pedir que a produção no país não seja prejudicada. A defesa do governo brasileiro é pela substituição gradativa do cultivo, o que preocupa os produtores.
– O Brasil mudou a sua posição dois anos atrás quando estivemos em Seul, em 2012, na Conferência das Partes. O país já tinha uma posição que era favorável a manter a produção e deixar o produtor escolher aquilo que gostaria de plantar na sua propriedade. Agora, nós estamos de novo esperando e falando como os ministérios e com o governo para que se mantenha essa posição – salienta o presidente do Sinditabaco, Iro Schünke.
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– Tanto o ministro da Agricultura como o próprio ministro do Desenvolvimento Agrário reformularam a posição do grupo de trabalho e que levou vantagem de que o livre comércio. A livre produção não poderia ser afetada, uma vez que o próprio documento que originou a questão, está muito claro: o artigo 17 diz que temos de fazer a diversificação, e o artigo 18 fala no meio ambiente. Nós, produtores, estamos muito tranquilos nesse sentido, pois é uma questão que a própria Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) e as federações também. Estamos trabalhando em cima da diversificação já há muitos anos – diz o presidente da Afubra, Benício Werner
O Brasil é o segundo maior produtor de tabaco do mundo e o maior exportador há 21 anos. A atividade é exercida por 160 mil produtores rurais, sendo 90%, com propriedades de até 20 hectares. A produção gera divisas anuais da ordem de US$ 3,700 bilhões. Conseguir um cultivo que substitua a rentabilidade do tabaco é uma tarefa difícil de ser alcançada.
– Para produzir a mesma renda de um hectare de tabaco, você precisa plantar sete a oito hectares de milho – diz Schünke.
O setor produtivo tentará se reunir com a ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber. Ela é relatora do processo que julgará as resoluções da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que proíbem a mistura de aromatizantes, cravos e mentol aos cigarros.