Fiscais irão percorrer o estado para monitorar lagarta
Uma das principais orientações repassadas aos fiscais da Secretaria da Agricultura que vão percorrer o Estado a partir da próxima semana para monitorar a Helicoverpa armigera é de que não há fórmula mágica de combate à praga. A indicação é monitorar e saber a hora certa de colocar produto químico.
“Precisamos chegar às cidades, fazer reuniões com produtores, sindicatos, cooperativas, prefeituras e repassar para eles o que a ciência vem nos mostrando”, disse o gerente da Defesa Vegetal, José Cândido Motta, em reunião nesta quinta-feira (19), no auditório da Emater.
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Os técnicos foram preparados antes de partir rumo às 72 propriedades com e sem armadilhas que serão acompanhadas pelas equipes. Assustados, produtores têm ficado reféns de empresas que vendem produtos com a promessa de exterminar a lagarta. Em alguns casos, aplicam doses acima do permitido e acabam por matar predadores naturais.
“Precisamos tranquilizar os produtores. Nem toda lagarta é a Helicoverpa. E não cabe aos fiscais fazer indicação de produto químico. Nosso papel é fiscalizar e educar do ponto de vista sanitário. Mas o ideal é que o controle seja feito pelo produtor a cada três dias. De preferência, quando a lagarta tiver até 10 milímetros. A atuação precisa ser com bom senso. Vamos encontrar diferenças nas regiões. A academia vai apresentar as alternativas”, afirmou Motta.
Nos levantamentos, os técnicos preencherão um relatório. No documento, constam itens como município, áreas coordenadas, culturas, época de plantio, espaçamento, cultura anterior, assistência técnica e Manejo Integrado de Pragas (MIP).
Além disso, entre as medidas de controle do ponto de vista cultural, levam-se em conta a área de refúgio em plantas transgênicas, culturas alternativas, eliminação de soqueira, rebrota, tiguera e de plantas daninhas na entressafra, por exemplo. No âmbito biológico: inseticidas formulados com Bt (à base da bactéria Bacillus thuringiensis que possui todas as vantagens decorrentes do controle biológico). Os levantamentos serão enviados toda semana à sede da secretaria, na Capital.
As regiões a serem percorridas são Alegrete, Erechim, Estrela, Ijuí, Lagoa Vermelha, Passo Fundo, Pelotas, Rio Pardo, Santa Maria, Santa Rosa, São Luiz Gonzaga e Uruguaiana. Eles escolherão duas propriedades em três municípios diferentes, totalizando seis em cada regional.
O caso do Rio Grande do Sul guarda algumas particularidades em relação aos da Bahia, Goiás e outras regiões que decretaram situação de emergência fitossanitária junto ao Ministério da Agricultura (Mapa). Embora a Associação dos Produtores de Soja (Aprosoja) tenha solicitado ao Mapa que fizesse o mesmo no Estado, cabe à Secretaria da Agricultura, por lei e a partir de dados técnicos, fazer a solicitação ao Governo Federal.