Usamos cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência em nosso portal, personalizar publicidade e recomendar conteúdo de seu interesse. Ao continuar navegando, você concorda com este monitoramento. Leia mais na nossa Política de Privacidade.

19 de maio de 2025
  • Olá, vim pelo Clic Camaquã.
  • Siga nosso Instagram e saiba mais

Especialista alerta sobre efeitos do La Niña: “vamos viver mais uma rodada de prejuízos, sobretudo no campo, com forte impacto na economia”

O principal efeito, já sentido pela população da região Sul do país, é a redução de chuvas, tanto na quantidade, quanto na frequência, havendo possibilidade de alguns períodos longos sem precipitações; condição climática deve durar até abril deste ano


Por Pablo Bierhals Publicado 11/02/2025
Ouvir: 00:00
1280 x 720 – 2025-02-11T164405.547
Foto: Divulgação

O professor Marcelo Dutra da Silva, ecólogo e doutor em Ciências, emitiu uma nota alertando sobre os efeitos do La Ninã, fenômeno climático atualmente em vigência e com previsão de durar até abril deste ano. O principal efeito, já sentido pela população da região Sul do país, é a redução de chuvas, tanto na quantidade, quanto na frequência, havendo possibilidade de alguns períodos longos sem precipitações.

De acordo com o professor, que leciona ecologia na Universidade Federal do Rio Grande, o fenômeno é algo há muito tempo conhecido por aqui, “pois estamos mais acostumados a lidar com os períodos secos do que com cheias e chuvas torrenciais que geram alagamentos”. Ele destaca que o calor extremo e a estiagem prolongada parece atingir uma área maior a cada novo ciclo do fenômeno e provavelmente isso tem forte relacionamento com a mudança do padrão climático global. “O fato é que vamos viver mais uma rodada de prejuízos, sobretudo nos campos, com perdas de lavouras e animais, com forte impacto na nossa economia, levando o governo a pedir ajuda para compensar as perdas”.

📱 Clique para receber notícias de graça pelo WhatsApp.

Além disso, ele também lamenta que “apesar de ser um conhecido de longa data, ainda não estamos preparados para os extremos de calor e falta de chuvas, nem no campo, tampouco na cidade”.

Segundo o professor, falta reservação de água, cuidado com as nascentes, com a cobertura ciliar dos corpos hídricos e com as árvores que fazem sombra na área urbana.

Precisamos entender que clima é consequência e que não basta concentrar todos os esforços em sistemas de alertas, em infraestruturas faraônicas e desconectadas do planejamento, que mais tem cara de iniciativa política do que técnica. É preciso rever os hábitos, as práticas e as formas de fazer. Se não tivermos mais responsabilidade envolvida nas nossas decisões do dia a dia, não adianta, não será sustentável e não vamos sobreviver.

Já são quase 100 municípios gaúchos afetados pela estiagem em 2025. Nem todos decretaram situação de emergência, mas a falta de chuva vem causando prejuízos nas lavouras. Em Encruzilhada do Sul, por exemplo, um levantamento da Emater em parceria com a Secretaria Municipal da Agropecuária e Abastecimento apontou para cerca de R$ 48 milhões em perdas ainda no fim de janeiro.

  • Olá, vim pelo Clic Camaquã.
  • Siga nosso Instagram e saiba mais