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19 de maio de 2025
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Economia gaúcha é impactada por frequentes secas e problemas para irrigação no agro

O economista Aod Cunha, ex-secretário da Fazenda do Rio Grande do Sul, foi o painelista deste tema na abertura da colheita do arroz, mediado pelo economista-chefe do Sistema Farsul, Antônio da Luz


Por Pablo Bierhals Publicado 20/02/2025
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Foto: Jô Folha/Divulgação/via Agroeffective

Cenário Econômico e Desafios da Economia Gaúcha foi tema de palestra para o público no auditório Frederico Costa na tarde desta quarta-feira (19), na 35ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz e Grãos em Terras Baixas. O economista Aod Cunha, ex-secretário da Fazenda do Rio Grande do Sul, foi o painelista deste tema, mediado pelo economista-chefe do Sistema Farsul, Antônio da Luz.

No início, o especialista explicou que faria uma explanação do cenário macro com repercussões e impactos mais relevantes aos produtores rurais, depois chegando mais especificamente para a economia gaúcha. Segundo Cunha, o Brasil não vem acompanhando nos últimos anos o crescimento de outros países, mostrando em números os fatores que levaram a este cenário. Sobre o atual tema relacionado às tarifas de importação, que voltaram à pauta global após Donald Trump assumir novamente a presidência dos Estados Unidos, Cunha espera que haja uma elevação. “O fato é que o mundo vinha em uma trajetória de reduções de tarifas e não de aumento”, salientou.

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Para Cunha, no cenário global, a tendência é ter um custo de capital mais alto do que foi nos últimos anos. “E, como adicional, isso tudo indica que a gente deve ter um mundo menos globalizado para muitas cadeias, no sentido de as cadeias estarem voltando talvez para tarifas maiores visando a proteção da indústria nacional. E isso também joga, de certa forma, com alguma pressão de custos, de preço adicional, que impacta também a inflação e juros”, observou.

O economista revelou que há muito espaço para os Estados Unidos aumentar tarifas de importação para produtos brasileiros se eles realmente perseguirem o tema de igualdade tarifária. “Esse é um ponto de atenção no Brasil para alguns setores. Que setores têm mais diferença? Quando a gente quebra isso por setores eu vou pegar minério de ferro, carne, etanol, químicos, alimentação processada, preparada, algodão, café. O Etanol é um caso. Temos uma média que põe em tarifa de 18% na importação de Etanol, quando os Estados Unidos colocam 2,5%. Isso é um ponto muito sensível para o Brasil se fosse levado ao pé da letra de equalização tarifária. Praticamente inviabilizaria exportação brasileira”, ponderou.

Para o Brasil, Cunha falou sobre a expectativa de inflação mais alta e taxas mais altas, o que será um desafio para as empresas. “Me desconforta um pouco porque eu acredito, tanto pela análise econômica dos dados quanto pela minha experiência na vida com as empresas, que é impossível manter este nível de atividade econômica por muito tempo com este nível de taxa de juros real que a gente está tendo. Tem uma hora que isso faz um preço”, avaliou.

Chegando à economia gaúcha, o especialista salientou que o tema da seca e a falta de irrigação são preponderantes para o Estado, que vem sendo assolado diretamente nos últimos anos por estes fatores. “De longe é o maior problema econômico do Rio Grande do Sul, não só do agro, mas de todo o Rio Grande do Sul, que é a incapacidade de saber armazenar água e conseguir enfrentar períodos recorrentes de seca que não tiram só a geração de renda da produtividade do setor de grãos, mas tiram renda da indústria, do serviço, do comércio, do Estado todo”.

Cunha salientou ainda que este é um grande desafio do Estado “Existe toda a discussão, mas por que não anda mais? O governo podia dar mais dinheiro, é problema da legislação, é um problema de cultura empresarial, o arroz irriga, mas a soja não, especialmente na pequena propriedade. Tem uma série de discussões sobre isso. O fato é que é inadmissível o quanto que o Rio Grande do Sul perde a todo momento de renda com isso”, concluiu.

A 35ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz e Grãos em Terras Baixas é uma realização da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz) e correalização da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), além do Patrocínio Premium do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) e apoio da Prefeitura Municipal de Capão do Leão. O evento tem como tema “Produção de Alimentos no Pampa Gaúcho – Uma Visão de Futuro”.

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