Clima adverso deve diminuir volume de produção do tabaco
Diante de condições climáticas desfavoráveis, principalmente nas áreas de cultivo do Rio Grande do Sul, a estimativa inicial de colheita de 720 mil toneladas de tabaco, ciclo 2013/14, não se concretizará. A previsão, vinda da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), se baseia na situação vivida pelos produtores do Vale do Rio Pardo, maior pólo de produção do País. Segundo o presidente Benício Albano Werner, a região foi bastante castigada pelo excesso de chuvas. “As lavouras das regiões mais baixas, cultivadas em junho e julho, devem registrar produtividade menor”, explica.
Nas regiões mais altas do território gaúcho, assim como nas áreas de Santa Catarina e do Paraná, continua Werner, o plantio ocorre nos meses de agosto e setembro. “Nestes locais, as plantas se desenvolvem mais tarde, e como o clima se mostrou mais favorável, a produtividade pode ser normal”, frisa. Uma posição mais precisa, complementa o dirigente, somente ocorrerá quando da conclusão dos levantamentos da nova estimativa, prevista para ser divulgada em janeiro do próximo ano.
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Diante do equilíbrio entre a oferta e a procura, o presidente da Afubra acredita em uma boa comercialização. Na safra passada, lembra, a relação equilibrada garantiu boa rentabilidade aos produtores. “Para 2014, a tendência é que isso se repita”, diz. No período 2012/13, o preço médio da variedade virgínia, responsável por 85% de toda a produção sul-brasileira, foi de R$ 7,51 por quilo, um acréscimo de 17,9% em relação ao obtido na safra anterior.
PREÇO: embora não tenha ocorrido acordo na primeira rodada de negociação, realizada no início de dezembro, uma quebra nos volumes de produção alimenta a expectativa que possa ocorrer acerto com as indústrias do setor. O processo, conforme frisa o presidente da Afubra, foi interrompido em razão da ausência de proposições por parte da maioria das indústrias. “Dos sete encontros, apenas duas se manifestaram”, lembra Werner. Mesmo assim, as propostas foram rechaçadas, visto que ficaram muito abaixo da variação do custo de produção.
O dirigente acredita que o equilíbrio entre a oferta e a procura, somada a queda dos volumes de produção, deve fomentar uma mudança de postura das indústrias. “Por conta disso, aguardamos o retorno das negociações, a partir de janeiro do novo ano”, finaliza.