Tabaco garante o sustento de quase 140 mil famílias no sul do Brasil
Giovane Weber é uma importante voz que representa os produtores de tabaco e, em participação no programa Campo em Dia, comentou sobre o anuário de 2024 e expectativas sobre a comercialização na safra de 2025

O Anuário Brasileiro do Tabaco 2024 traz informações sobre a safra, municípios produtores, diversificação de culturas e resiliência dos agricultores. Ao todo, confirme dados da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), são quase 140 mil famílias do sul do Brasil que garantem o sustento através da fumicultura.
O programa Campo em Dia desta quinta-feira (10) recebeu o influenciador Giovane Weber, uma importante voz que representa os produtores de tabaco, que comentou sobre o anuário de 2024 e as expectativas sobre a comercialização do tabaco na safra de 2025.
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Quase 140 mil famílias na produção de tabaco
O número de famílias produtoras de tabaco cresceu cerca de 3,5%, chegando em 138 mil nos três estados do sul. Destas, a maioria está no Rio Grande do Sul, com 69,2 mil famílias que garantem o sustento através do tabaco.
A área plantada também registrou aumento. São 309 mil hectares destinados a cultura do tabaco, representando um crescimento superior a 9% em relação a safra anterior. O anuário destaca que a boa rentabilidade de anos anteriores pode ter motivado a ampliação de área.
A atividade é relevante para economia de 509 municípios do sul, representando 43% do total. O Rio Grande do Sul tem 201 municípios que contam com a fumicultura entre as principais atividades econômicas.
Resiliência dos produtores
A página 34 do anuário destaca a resiliência dos produtores. Uma família de Venâncio Aires, na região central do RS, passou por três ocorrências de cheias em oito meses, com enormes perdas registradas.
A família Gonçalves da Silva atestou o conceito de que a lavoura é uma indústria a céu aberto. Os intempéries climáticos foram sentidos entre setembro de 2023 e maio de 2024, quando cidades e lavouras de todo estado foram inundadas, resultando na morte de ao menos 183 pessoas e milhares de animais.
Dos 80 mil pés de tabaco plantados naquela safra, 50 mil foram perdidos em setembro de 2023 e o restante em 2024, mas a família segue de cabeça erguida e garante que não desistirá da produção. “Poderíamos desistir, sair daqui, mas vamos adaptar a propriedade e ampliar, porque tudo o que temos veio do tabaco”, destacou Ricardo Gonçalves da Silva em entrevista concedida à produção do anuário.
Família Konflanz em destaque
A família Konflanz, do interior de Camaquã, foi retratada como referência na região. A propriedade atualmente gerenciada por Claiton Konflanz e sua esposa, Scheila, utiliza implementos de uma entidade criada para possibilitar a diversificação financeira. A Associação Agrícola Konflanz, que homenageia a família em seu nome, conta com 95 associados que dividem o uso de cinco colheitadeiras, duas plantadeiras e um distribuidor de adubo.
A criação da associação ocorreu por sugestão do então deputado federal Sérgio Moraes (PL) e possibilita o recebimento de benefícios públicos, como equipamentos mais caros e de difícil acesso.
A família Konflanz, além de plantar 80 mil pés de tabaco em diferentes etapas, garantindo maior sustentabilidade das terras, é proprietária de um salão onde ocorrem eventos como aniversários, casamentos e encontros de empresas.
Diversificação
A página 83 do anuário traz a história da família Boing, que diversifica a produção com uva e tabaco em uma propriedade localizada em Santa Catarina. A família, que foi visitada pelo Giovane neste ano, planta 118 mil pés de fumo e abastece mais de 100 supermercados de Santa Catarina e Paraná com uvas in natura, sucos e vinhos.
De acordo com Giovane, a diversificação ocorre em perfeita harmonia na propriedade.
Exportação de tabaco
O anuário também destaca o bom desempenho na venda externa. O volume de tabaco embarcado pelo Brasil em 2024 diminuiu 11%, porém o valor recebido se destacou registrando aumento superior a 9%. A receita das exportações do setor alcançou quase US$ 3 bilhões.
A Europa reduziu as compras, mas a China se destaca com aumento.
Expectativa para safra atual de tabaco
De acordo com Giovane, em geral a produção de tabaco foi equilibrada no país, mesmo com algumas regiões registrando queda na média de arroba por mil pé. Não há expectativa de redução nem de supersafra.
O principal desafio dos produtores no momento, conforme destacou Giovane, é identificar o momento certo para venda. “A média de preço está baixa” afirmou, destacando que o motivo é a tabela defasada.
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Campo em dia: o tabaco e os desafios de diversificar a produção na propriedade
Assista a participação do Giovane Weber no Campo em Dia, com Pablo Bierhals:
Campo em Dia
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