Fumo pode ter queda no preço na safra 2024/25
Para Camaquã, a estimativa de baixa na produção alinhada a possível queda nos preços gera preocupações
Uma estimativa da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) indica aumento no volume de produção de tabaco na safra 2024/25, em regiões chave no sul do país. São mais de 500 municípios produtores no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, sendo que Canguçu e São Lourenço do Sul, na zona sul do estado, estão entre os quatro municípios que mais colheram na última safra.
Em termos de volume de produção, a estimativa inicial aponta para um incremento de 37,08%, o que resultaria em 696.435 toneladas produzidas no Sul do Brasil. A safra 2023/24 encerrou em 508.041 toneladas.
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No entanto, o presidente da Afubra, Marcilio Drescher, enfatiza que esta é uma estimativa inicial, podendo mudar diante de situações adversas do clima: “É um universo amplo de produção. Então, muitas vezes, quando em uma ou outra região o clima castiga e dá uma certa quebra de produção, em outras, ele é favorável, o que faz com que a produtividade e a produção sejam positivas. Descarta-se uma supersafra, visto que em algumas regiões a produção normal já foi afetada”.
Motivo para o aumento na produção
Esta alta se deve principalmente ao aumento de famílias produtoras, ao aumento de pés plantados e as condições climáticas favoráveis ao desenvolvimento das plantas em regiões específicas. Quanto ao aumento de famílias produtoras, o estado do Paraná foi onde houve o maior aumento com 10,10% a mais famílias que produzem tabaco, seguido por Santa Catarina (4,03%) e Rio Grande do Sul (0,96%).
Ainda assim, com aumento de produção em um panorama geral, regiões como a de Camaquã devem apresentar queda, conforme estimativas de especialistas.
E o preço?
O aumento do volume da produção do fumo em folha no campo gera preocupações quanto a precificação a ser atingida na atual safra, uma vez que comercialização do tabaco na safra 23/24 rendeu uma rentabilidade acima da tabela de classificação máxima para tabacos de todos os tipos, inclusive o Virginia onde a tabela praticada para a classe BO1 estava em R$22,46/kg ou R$ 336,90/@ e chegou a ser praticada com “overprize” e recebida por diversos produtores valores entre R$380 e R$400/@ em março e abril deste ano.
No entanto, conforme especialistas, é preciso aguardar o andamento da safra. Ainda são diversas regiões produtoras em fases distintas de colheita.
Para Camaquã, a estimativa de baixa na produção alinhada a possível queda nos preços gera preocupações.
Início da Lei 15958/23
A próxima safra também marca o inicio da Lei 15958/23, onde a partir de Janeiro/25 as empresas compradoras são obrigadas a comprar o produto direto na propriedade, podendo facilitar e aumentar a barganha por melhores preços.
