Acusado de ser mandante da morte de Marielle afirma ser vítima igual a vereadora
Irmãos Brazão negam envolvimento com milicianos do Rio de Janeiro


Em uma audiência realizada nesta terça-feira (16), o deputado Chiquinho Brazão (sem partido) e o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ), Domingos Brazão, negaram categoricamente qualquer ligação com milícias no Rio de Janeiro. Ambos estão presos desde 24 de março, acusados de serem os mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco (Psol) e do motorista Anderson Gomes.
Durante depoimento por videoconferência ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados, Chiquinho Brazão afirmou não ter envolvimento nos crimes, alegando ser vítima de uma falsa acusação. “Sou uma vítima, assim como foi a vereadora Marielle. Não estou envolvido em nada, somos vítimas de uma acusação feita por um réu confesso em busca de benefícios na justiça. Nem sei por que esse indivíduo, que não conhecemos, está provavelmente protegendo alguém”, declarou o deputado.
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A acusação contra os irmãos Brazão surgiu de uma delação premiada do ex-policial militar Ronnie Lessa, que confessou os crimes. Em sua defesa, Chiquinho Brazão negou ter realizado reuniões ou homenagens a milicianos e ressaltou sua boa relação com Marielle. “Minha relação com Marielle era excelente. Ela vinha ao meu encontro para conversarmos, sempre pedia um chicletinho”, afirmou.
Esses depoimentos são parte do processo de cassação do mandato de Chiquinho Brazão, acusado de quebra de decoro parlamentar por suposta participação no crime.
Domingos Brazão, por sua vez, também negou qualquer envolvimento com milicianos e afirmou não conhecer o delegado Rivaldo Barbosa, outro acusado no caso. “Como conselheiro do estado do Rio de Janeiro, nunca recebi milicianos no Tribunal de Contas”, disse ele.
Emocionado durante a audiência, Domingos expressou confiança na justiça. “Confio na justiça divina, no Supremo Tribunal Federal, na seriedade dos ministros, e acredito que seremos absolvidos. Esse sofrimento deixará uma marca, mas confio na nossa inocência”, concluiu.