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MEC mantém diretriz que invalida nota de corte na hora de escolher curso no Sisu

Diretriz modifica o sistema da nota de corte, que é o resultado do candidato com o menor desempenho que está sendo aprovado em cada curso; entenda


Por Redação/Clic Camaquã Publicado 29/03/2021
 Tempo de leitura estimado: 00:00

Nesta segunda-feira, 29 de março, o Ministério da Educação (MEC) decidiu manter uma diretriz que faz com que as notas de cortes do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) fiquem artificialmente mais altas. Na prática, isso acaba inutilizando o recurso que define a escolha de candidatos, popularmente conhecido como nota de corte.

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A mudança diz respeito ao Sistema de Seleção Unificada (Sisu). Em 2020, a mudança ficou conhecida como #erronosisu. O ministério divulga hoje os resultados do Enem, a partir das 18h, e abre o Sisu em 6 de abril.

A nota de corte é o resultado do candidato com o menor desempenho que está sendo aprovado em cada curso. Ela é atualizada diariamente no site do Sisu e serve para que o aluno saiba se está sendo aprovado ou não. Se o candidato tiver pontuação menor do que a nota de corte, ele pode optar por trocar de curso ou tentar uma vaga na lista de espera.

Em 2020, porém, uma mudança que não havia sido anunciada pelo MEC inviabilizou a utilização da nota de corte para se tomar a decisão. Nas edições anteriores, o sistema não considerava, para a nota de corte, a segunda opção dos candidatos que já estavam sendo selecionados na primeira opção de curso. O modelo novo, no entanto, não faz isso.

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O jornal Extra conversou com Frederico Torres, coordenador do Colégio Pódion e especialista no Sisu. Ele falou sobre o ‘erro’:

“O que gera uma dupla classificação. Ou seja, um mesmo candidato ocupa temporariamente duas vagas, gerando algo como uma “classificação fantasma”. Isso ocorre pois, ao sair o resultado, caso o candidato seja aprovado em sua primeira opção, ele desaparecerá da lista de classificados da sua segunda opção, fazendo com que outros candidatos em posições inferiores durante as prévias ganhem várias colocações no momento do resultado da chamada regular”

De acordo com o coordenador, um dos seus alunos terminou o último dia do Sisu de 2020 na 83ª posição. Com o fechamento do sistema — e consequentemente a saída da lista de quem colocou aquele curso como segunda opção — ele subiu para a 43ª.

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Os estudantes só perceberam a mudança durante o período de inscrições do Sisu e chegaram a pensar que se tratasse de um novo problema de um processo marcado por erros. Por isso, criaram a #erronosisu para protestar contra a mudança.

“O modelo novo deixa os alunos perdidos. O candidato não sabe até que ponto essa classificação que está naquele momento do Sisu inclui pessoas que marcaram aquele curso como segunda opção e vão acabar sumindo depois pois passaram na primeira opção. E os estudantes mais prejudicados são aqueles que não têm tanta informação e não acompanham de perto. Eles desistem do curso e ficam sem as vagas”, completou o especialista.

O MEC afirma que o modelo não aumenta artificialmente a nota de corte. Em nota, o Ministério defende que “a atual apresentação é mais transparente e segura”. No entanto, levantamento feito pelo Globo em 3.353 cursos de universidades federais aponta que, em 87% deles (2.908), a nota de corte caiu na comparação entre o último dia de inscrições no Sisu de 2020 e o resultado final.


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