Moradora de Camaquã recebe pacote de “sementes misteriosas”
Órgãos ligados à agricultura orientam que sementes sem procedência não sejam plantadas e nem descartadas no lixo
Nesta quinta-feira, 24 de dezembro, uma internauta do Clic Camaquã entrou em contato com nossa redação para relatar um recebimento de pacote não identificado. Sem informação sobre o produto e destinatário, a embalagem com inscrições em Inglês não informam nenhuma especificação ou orientação. O pacote contém o nome e endereço da vítima, mas a mesma afirma não ter feito qualquer compra relacionada e nem saber do que se trata o produto (veja abaixo).
Em setembro e outubro, milhares de pessoas por todo o Brasil receberam pacotes semelhantes vindo da China e dos Estados Unidos. A reportagem entrou em contato com a assessoria da Secretaria Estadual da Agricultura, que orientou para que qualquer pacote semelhante não seja aberto e seja imediatamente encaminhado para a Inspetoria Veterinária mais próxima.
A reportagem também entrou em contato com o representante do Instituto Riograndense do Arroz (IRGA) na região, Marcelo Ely, que afirmou que as sementes da foto se parecem com as recebidas por moradores da região em setembro e outubro. Segundo Ely, apenas com o uso de um microscópio ou lupa se pode ter certeza de quais sementes se tratam. Ele orientou que qualquer pessoa que recebe as sementes não deve descartar no lixo ou plantar, sendo o mais indicado encaminhá-las para laboratório para análise.
A orientação do Governo é que caso recebam pacotes de sementes não encomendados, entreguem o material à inspetoria de defesa agropecuária ou escritório de defesa agropecuária mais próximo do seu município. “O pacote não deve ser aberto ou descartado no lixo, nem o material ou as sementes devem ser cultivados ou descartados no solo sob nenhuma hipótese, a fim de evitar que estas sementes atinjam o meio ambiente e áreas agrícolas do Estado”, alerta Ricardo.
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento também já havia alertado sobre situações similares ocorridas nos Estados Unidos, que estão sob investigação pelo órgão oficial de defesa agropecuária americano (APHIS-USDA).
“A importação de vegetais é regulamentada para evitar que pragas venham a atingir as áreas de produção e o meio ambiente do Rio Grande do Sul, com grande risco de prejuízos à economia agropecuária e impactos ambientais”, elucida Ricardo Felicetti, chefe da divisão de Defesa Sanitária Vegetal da Seapdr.
Outros canais para comunicação de recebimento de sementes não solicitadas do exterior são os telefones da divisão de Defesa Sanitária Vegetal, (51) 3288-6289 e 3288-6294, WhatsApp (51) 98412-9961 ou o e-mail [email protected].
Em diversas partes do Brasil, agricultores têm recebido sementes não solicitadas do exterior – Foto: Gabriel Zapella/Cidasc
