“Me sinto orgulhosa de ser uma gari feminina em Camaquã”, afirma mulher que trabalha na Coleta Seletiva
Elisangela é a única mulher que trabalha como gari na zona urbana da cidade; conheça a história da trabalhadora
A rotina de trabalho de ninguém é fácil, cada um sabe tudo que precisa resolver ao longo dia. Porém existe uma carga de trabalho “extra” para as mulheres. E isso é fato comprovado e incontestável. A mulher desempenha seu trabalho formal em horário comercial e começa sua segunda jornada em casa, cuidando da administração da casa e filhos.
Algumas mulheres contam com um parceiro para compartilharem essa jornada extra de funções, mas a maioria, com ou sem parceiro, não conta com o auxílio de ninguém. Como é o caso de Elizangela, uma das trabalhadoras da Coleta Seletiva de Camaquã.
Ela acorda cedinho, organiza o que pode em casa e inicia a jornada de trabalho na coleta às 7h30. Por volta das 11h30 ou 12h, os trabalhos são interrompidos e Elizangela almoça, aproveitando o intervalo para descansar do corre corre da atividade.
O sobe e desce do caminhão carregando sacolas, reinicia às 13h30 e segue até 18h. Durante este período a trabalhadora se depara com cacos de vidro e outros objetos cortantes, diversos cachorros na rua, desrespeito de motoristas e pedestres, além é claro, de calor, sol e poeira, chuva, entre outros perrengues rotineiros.
Mas nada disso abala a trabalhadora, que sustenta sozinha, os três filhos. “Dali a gente tira toda a nossa renda”, afirmou Elizangela, se referindo ao trabalho na Coleta Seletiva. Ela comentou que em média consegue receber R$800 por mês com o trabalho.
“Me sinto orgulhosa de ser uma gari feminina em Camaquã”, afirmou. Elisangela é a única mulher que trabalha como gari na zona urbana da cidade. “Nos outros lugares têm mulheres varredoras de rua e garis, aqui em Camaquã são poucas. Tanto que na cidade é apenas eu de mulher e na serra são duas”, contou.
Quando questionada sobre seu maior sonho, Elizangela contou que é terminar a casa, que começou a construir a pouco tempo, fruto de muito trabalho e dedicação.“Meu grande sonho é terminar minha casinha, que estou começando agora”, respondeu. Assista a reportagem especial de Igor Garcia: