Fiscal do Carrefour que aparece filmando assassinato de João Alberto é presa
Dupla que agrediu João Alberto até a morte permaneceu em silêncio durante depoimento; funcionário foi presa nesta terça-feira (24)
A funcionário do Carrefour que aparece filmando o espancamento de João Alberto Silveira Freitas, de 40 anos, foi presa. Adriana Alves Dutra era fiscal do supermercado e se apresentou ao Palácio da Polícia com seu advogado nesta terça-feira (24).
Adriana aparece nos vídeos que foram gravados por testemunhas, andando ao redor da vítima, e parece dar ordens por meio de um rádio. Ao ver que está sendo filmada, ela tenta impedir e discute com pessoas.
Confira a nota emitida pela Polícia:
“A Polícia Civil, por meio da 2ª Delegacia de Polícia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DPHPP), realizou na tarde desta terça-feira (24) a prisão de mais uma pessoa envolvida na morte de um cliente de um mercado na zona norte da Capital.
Mais informações na coletiva de imprensa que ocorre em instantes, às 18h, no auditório do Palácio da Polícia. Participam a Chefe de Polícia, delegada Nadine Anflor; o Subchefe, delegado Fábio Motta Lopes; a Diretoria do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), delegada Vanessa Pitrez; e a titular da 2ª DPHPP, delegada Roberta Bertoldo.”
A delegada Roberta Bertoldo, que investiga o caso do homem agredido até a morte no Carrefour, informou que os dois presos pelo crime ficaram quietos no primeiro depoimento. Porém, ela adiantou que vai pedir na justiça o direito de escutar eles novamente.
O homem identificado como João Alberto Silveira Freitas, de 40 anos, foi espancado e morto por seguranças do supermercado Carrefour e um PM temporário. O caso aconteceu no bairro Passo d’Areia, na zona norte de Porto Alegre.
Os presos e acusados pelo assassinato são Giovane Gaspar da Silva e Magno Braz Borges. Ambos trabalhavam no Grupo Vector.
O que diz a defesa de Giovane?
A defesa do Policial Militar temporário Giovane Gaspar da Silva, 24 anos, preso pela morte de João Alberto Silveira Freitas, 40 anos, no estacionamento do Carrefour em Porto Alegre, na noite da última quinta-feira (19), afirmou que ele “não tinha a intenção” de matar.
De acordo com a defesa, Giovane foi inexperiente na ação em que golpeou por diversas vezes João, mas não teve a intenção de matar. Para a defesa, o discurso político ideológico do racismo está sendo analisado por quem não compreende o que aconteceu e que a sequencia de golpes foi para conter João. O advogado entende o caso como uma lesão corporal que terminou em morte, ou como homicídio culposo, quando não há a intenção de matar.
Para preservar a segurança de Geovane, a defesa declarou que não pedirá para que ele responda em liberdade e que vai esperar pelos primeiros atos da investigação.