Especialistas alertam para aumento de golpes envolvendo Auxílio Emergencial e Caixa Tem
Golpe se inicia por meio de recebimento de emails que carregam vírus ou links e que direcionam o usuário a sites falsos
Levantamento da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) mostrou o crescimento de tentativas de fraudes financeiras contra os brasileiros durante a pandemia de Covid-19. Neste período, as instituições registraram aumento de 80% nas tentativas de ataques de phishing – que se inicia por meio de recebimento de emails que carregam vírus ou links e que direcionam o usuário a sites falsos.
Os principais alvos dos golpistas são os valores movimentados pelos beneficiários do Auxílio Emergencial e saque do FGTS antecipado que, agora, podem fazer a movimentação pelo Caixa Tem. Ao realizar o golpe de “phishing”, que nada mais é do que o furto de senhas e de acesso, os estelionatários conseguem movimentar esses valores. É fácil encontrar golpes do tipo e no portal Clic Camaquã, o alerta para eles tem sido trazido de forma constante. Confira alguns exemplos de golpes aplicados que chegaram a conhecimento de nossa redação:
– Internauta e é vítima de golpe ao entregar cartões de crédito para motoboy
– Saiba o que fazer ao ser vítima e como se prevenir de golpes de clonagem de WhatsApp
– Golpe repassado por WhatsApp promete pagamento de fundo previdenciário
– Advogado fala sobre ‘novo’ golpe de pecúlio aplicado em aposentados e pensionistas
– Internautas relatam golpes envolvendo Auxílio Emergencial, Vale Gás e Cesta Básica
– Golpe com saque emergencial atinge mais de 100 mil no WhatsApp
– Internauta do Clic é vítima de golpe do auxílio emergencial
O golpe do falso motoboy, em que é oferecido o serviço para recolher o cartão na casa da pessoa, teve aumento de 65% durante o período de isolamento social. Já os golpes do falso funcionário e falsas centrais telefônica cresceram 70%. Além disso, mensagens com ofertas atrativas, clonagem de contas de WhatsApp e avisos para que as pessoas recadastrem urgentemente seus dados junto a uma instituição são algumas das situações usadas para os golpes.
Segundo a Febraban, no período da quarentena houve ainda alta de 60% em tentativas de golpes financeiros contra idosos, o que resultou em uma campanha de alerta com o apoio da Secretaria Nacional de Promoção e Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa, vinculada ao Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, e do Banco Central.
“Queremos contribuir para o desenvolvimento de uma cultura de prevenção a fraudes e do uso seguro dos canais digitais no país”, disse Isaac Sidney, presidente da Febraban.
Segundo ele, os bancos investem cerca de R$ 2 bilhões por ano em sistemas de tecnologia da informação (TI) voltados para segurança, que corresponde a cerca de 10% dos gastos totais do setor com TI, com o objetivo de garantir a tranquilidade dos clientes em suas transações financeiras cotidianas.
Alerta
O diretor da Comissão Executiva de Prevenção a Fraudes da Febraban, Adriano Volpini, alerta que os dados pessoais do cliente jamais são solicitados ativamente pelas instituições financeiras e que, caso haja dúvida, o consumidor deve procurar seu banco para ter esclarecimentos.
“Seja pelo telefone, por e-mail, pelas mídias sociais, SMS, o fraudador solicita dados pessoais do cliente, como números de cartões e senhas, em troca de algo, ou ainda induz o usuário a ter medo de alguma situação”, disse Volpini.
Segundo a federação, atualmente 70% das fraudes estão vinculadas à engenharia social, que consiste na manipulação psicológica do usuário para que ele forneça informações confidenciais, como senhas e números de cartões para os fraudadores.
Clonagem
O golpe da clonagem WhatsApp continua fazendo vítimas em todo o Brasil. Durante o período de ‘quarentena’ por conta da Covid-19, unidades da Polícia Civil de todos os estados registram aumento deste tipo de crime e de outros crimes praticados pela internet. Desse modo, a Delegacia de Defraudações e Repressão a Crimes Cibernéticos traz orientações para que as pessoas possam se proteger desse tipo de prática criminosa.
O golpe acontece da seguinte forma: uma pessoa envia mensagem dizendo ser funcionário de site de compra, o golpista entra em contato e pede que a vítima digite um código de seis números para supostamente ativar um anúncio; esse código é a verificação do WhatsApp e com ele o criminoso consegue clonar a conta do consumidor.
Leia mais: Saiba como se prevenir e proteger de golpes de clonagem de WhatsApp
Alerta do Procon
O Procon alerta os consumidores para não enviar o código de seis números. É importante ainda habilitar a “verificação em duas etapas” no WhatsApp: clicando em “configurações”, “conta” e “verificação em duas etapas”.
De acordo com o secretário de defesa do consumidor, Fernando Capez, os golpes pela internet e por redes sociais explodiram nesse momento de pandemia de Covid-19. “É preciso que o consumidor desconfie sempre, redobre a atenção e nunca forneça senhas ou sequência de números”, alerta. Caso tenha sido vítima deste golpe, a pessoa deve entrar em contato com [email protected] e pedir a desativação temporária da conta.
Evitando golpes
– Não forneça dados, senhas, códigos etc.;
– Não acredite em ofertas de ajuda, sorteio, dinheiro etc. enviadas pelo WhatsApp, redes sociais, e-mails e não clique nesses links;
-Não confie e não compartilhe links e informações dos quais não tenha certeza da origem;
-Não preencha formulários que não estejam nos sites oficiais;
-Baixe aplicativos apenas das lojas oficiais;
-Em caso de dúvidas ou dificuldades, procure um familiar ou amigo que possa ajudar;
– Utilize antivírus no computador, tablet e smartphone
– O Procon não pede informações do consumidor e não envia mensagens via WhatsAppcanais oficiais.
Verificação em duas etapas
A maior dica para não ser vítima da clonagem de WhatsApp é desconfiar de mensagens pedindo dinheiro, mesmo que seja de um filho, pai, irmão. Basta uma ligação à pessoa que está enviando a mensagem para frustrar o golpe. Se não for possível ligar, peça uma mensagem de áudio, ou pergunte como o contato te conhece, por exemplo.
Confirmação em duas etapas do WhatsApp ajuda a impedir ataques que tentam roubar sua conta do aplicativo. — Foto: Reprodução
Outra maneira de se prevenir da clonagem é configurar a verificação em duas etapas no WhatsApp. Dessa forma, além do código de seis dígitos que os golpistas pedem, também é preciso inserir uma senha numérica (definida pelo usuário) para instalar o aplicativo. Veja como fazer:
- acesse o menu de três pontos, no canto superior do aplicativo;
- depois toque em Conta e em seguida em “Confirmação em duas etapas”;
- você deverá configurar um PIN (senha numérica) e um endereço de e-mail para recuperação da conta caso se esqueça da senha.