Polícia Civil do RS adere à campanha contra importunação sexual
Tatuagem temporária feita pela chefe da Polícia Civil marcou a adesão à campanha "Não é Não", que visa combater a importunação sexual de mulheres
A aplicação de uma tatuagem removível no braço da Chefe da Polícia Civil, Nadina Anflor, marcou a adesão da Polícia Civil à Campanha “Não é Não”. A instituição policial aderiu na manhã dessa terça-feira (28) ao movimento contra situações de importunação sexual às mulheres.
A tatuagem, que traz o nome da campanha, será distribuída a todas que quiserem se unir ao coro de mulheres e meninas que há muito pedem por respeito e igualdade.
A campanha é uma promoção do Departamento de Políticas para as Mulheres, da Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, e tem apoio da Ordem dos Advogados do Brasil, do Ministério Público do Trabalho e da Polícia Civil. As instituições estarão juntas, no próximo dia 31, a partir das 17h, no Planeta Atlântida 2020, levando a campanha para conhecimento de todos os participantes.
“O foco é instruir homens e mulheres para uma mudança de comportamento social”, afirma a delegada Nadine Tagliari Farias Anflor, que aproveitou o momento da tatuagem para gravar um vídeo, que será divulgado nas redes sociais, chamando às mulheres gaúchas a participar da campanha.
A criação da campanha
Criada em janeiro de 2017 pelo grupo de amigas Bárbara Menchaise, Aisha Jacob, Julia Parucker, Luiza Borges Campos e Nandi Barbosa, o movimento teve início após mais um abuso sofrido por uma delas em um samba antes do carnaval. Naquele ano foram mobilizadas 40 mulheres que se uniram na arrecadação de R$ 2784 reais em apenas 48 horas, que foram usados para a confecção de quatro mil tatuagens, distribuídas gratuitamente pelas ruas da cidade, somente às mulheres.
Em seu segundo ano, o movimento extrapolou os limites do Rio de Janeiro e chegou a mais quatro estados como Minas Gerais, São Paulo, Pernambuco e Bahia, tamanha a adesão das foliãs.
Sobre assédio
O crime do assédio sexual é comum o ano inteiro e em todos os períodos, mas é intensificado durante o carnaval, principalmente pela falsa sensação de que “tudo é permitido”. A mensagem Não é Não! é simples, objetiva e direta, mas ainda muito necessária. Os números são alarmantes: aconteceram 135 estupros, em média, em 2016.
Somente em 2017, uma mulher foi agredida a cada quatro minutos durante o carnaval carioca e no primeiro semestre de 2018 a Central de Atendimento á Mulher em Situação de Violência, recebeu 73 mil denúncias, através do telefone 180.