Psicologa afirma que não existem emoções positivas ou negativas
Paola Lucena comentou que é preciso entender que todas as emoções tem uma função e que é necessário lidar com sentimentos
A depressão é considerada uma epidemia mundial. O Brasil é o país da América Latina que tem as maiores taxas de depressão, de acordo com a psicóloga Paola Lucena. Por ano, mais de 800 mil pessoas cometem suicídio por não sentirem mais prazer na vida, ou para se verem livres de um sofrimento muito intenso que frequentemente é percebido como insuportável, afirmou a psicóloga.
Paola comentou que desde cedo as pessoas são ensinadas a classificar as emoções como positivas ou negativas, quando na verdade nenhuma delas é necessariamente “boa” ou “ruim”. Ela explicou que o ser humano precisa das emoções.
As emoções são necessárias para a sobrevivência das pessoas, cada uma delas tem a sua função. Sem o medo, por exemplo, estaríamos sempre calmos e não iríamos perceber as situações de perigo. “Provavelmente não iríamos viver por muito tempo sem as emoções”, salientou Paola.
Ela explicou que os estados emocionais começam a ser preocupantes quando passam a prejudicar áreas da vida das pessoas e causam sofrimento e desconforto. Quando isso acontece, alguns sinais podem ser percebidos, como a tristeza na maior parte do dia, durante quase todos os dias. Além da perda de interesse em coisas que davam prazer, dificuldade de atenção, alteração do apetite e sono, que podem ser outros sintomas.
O indicado é que as pessoas procurem ajuda psicológica para avaliar os possíveis problemas emocionais que podem ter. Somente um profissional vai poder diagnosticar quadros de depressão ou ansiedade e indicar maneiras para tratar as doenças.
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Paola comentou que a “ativação comportamental” é uma abordagem muito utilizada pela psicologia no tratamento de depressão. Essa prática incentiva os pacientes a fazer coisas que antes gostavam de fazer e que não praticam mais. Por exemplo, fazer passeios, visitar amigos ou beber um simples chimarrão na praça, são ações que colaboram no tratamento.
A psicóloga explicou que essa mudança de rotina, ao fazer coisas mesmo sem ter vontade de fazer, ajuda as pessoas a descobrirem o prazer nas coisas simples da vida. Ela salientou que as atividades devem ser orientadas por um profissional. O psicólogo vai poder definir se é ou não o momento para que a mudança aconteça, o tempo errado pode prejudicar e causar traumas no paciente.
Paola explicou que as pessoas precisam aprender a lidar com seus sentimentos e entender que não existem sentimentos positivos ou negativos. Ela alertou que negligenciar os pensamentos “ruins” é uma tática errada, que pode até funcionar por um tempo, mas que em algum momento eles vão voltar, com maior intensidade.
Não ignore suas emoções. Tente lidar com as situações negativas da sua vida e se não estiver conseguindo fazer isso sozinho, procure a ajuda de um profissional. Cuide da sua saúde mental.
