Reunião debate abertura de supermercados aos domingos e feriados em Camaquã
Comerciantes de médio e pequeno porte pediram a retirada de PL que permite que supermercados abram aos domingos e feriados
Na tarde desta segunda-feira (11), uma reunião debateu a abertura dos supermercados aos domingos e feriados em Camaquã. Participaram representantes de pequenas e médias empresas, o vereador Marco Longaray (PT), o secretário da Indústria, Comércio e Serviços, Luis Sidinei Soares e o procurador jurídico de Camaquã, Fabiano Ribeiro.
A reunião ocorreu no Gabinete do prefeito Ivo de Lima Ferreira, que também esteve presente e ouviu às reivindicações da classe.
Segundo informações obtidas pela reportagem do Clic Camaquã, os comerciantes presentes pediram a retirada do Projeto de Lei Complementar 6/2019, que revoga artigos do Código Tributário de Camaquã. A mudança permitiria a abertura dos supermercados de Camaquã aos domingo e feriados.
Segundo os representantes dos pequenos e médios comércios, o projeto, se aprovado, poderia acarretar em demissões e até em fechamentos de estabelecimentos menores. Ele alegaram ainda que a cidade não ficaria desabastecida durante as datas discutidas, já que a lei permite que os estabelecimentos representados por eles abram aos domingos e feriados.
Representantes do Poder Executivo alegaram que no entanto, depois de proposto, o PL é de responsabilidade da Câmara de Vereadores, que irá votar pela aprovação ou não do mesmo. A proposta prevê a supressão dos artigos 192 e 194 do Código de Posturas, além dos parágrafos 2º e 3º do artigo 85 do Código Tributário municipal.
Protestos
O tema foi motivo de protesto por parte dos funcionários do Super São José, que realizaram manifestação no dia 4 de outubro, pedindo ao Sindicato dos Trabalhadores do Comércio de Camaquã que negociasse a abertura aos domingos e feriados junto à categoria.
Confira o vídeo gravado no local:
O que dizem os trabalhadores
Durante a transmissão, diversos funcionários se posicionaram contra a decisão do Sindicato. Eles relataram que não foram ouvidos pela presidente do órgão. Eles afirmaram aidna que a mesma não aceitou as propostas feitas pela empresa e não conversou com os funcionários da maneira como deveria.
“Já está dificil em Camaquã o emprego, imagina se a gente precisar diminuir nossa equipe”, disse uma das funcionárias.
Segundo os funcionários, a decisão prejudica a todos e caso não seja negociado um novo acordo, cerca de 50% dos funcionários de uma das unidades serão dispensados. Emocionada, uma das funcionárias ressaltou que diversos funcionários trabalham aos domingos e feriados para ter uma renda extra e uma folga durante a semana e que o este dinheiro faz muita diferença em seus orçamentos.
Trabalhadores levaram faixas e mostraram descontentamento com a decisão judicial. Foto: Elias Bielaski / Clic Camaquã
“Nós queremos trabalhar. Esse é um direito nosso!”, disse Bárbara, umas das colaboradoras presentes.
Algumas das funcionárias relataram que ninguém está contra sua vontade e que ninguém foi obrigado a estar no local. Segundo eles, todos os funcionários recebem em dia, tanto pelo trabalho regular quanto pelo o trabalho em domingos e feriados.
Uma das funcionárias afirmou que ao chegar, foi informada de que todos seriam atendidos individualmente e que após, a presidente falaria com todos os funcionários reunidos em frente ao local. Após cerca de 10 funcionários serem atendidos, os demais foram informados de que ela conversaria apenas individualmente. O fato gerou indignação nos funcionários, que gritaram em coro que estavam no local por sua vontade.
Os funcionários ainda relataram à reportagem que um dos funcionários do Sindicato foi muito mal educado aos recepcioná-los. Eles ainda reclamaram por estarem sendo gravados durante sua conversa, feita de forma individual, e por, na maior parte do tempo, conversarem apenas com um advogado e não com a presidente Sandra.