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Liberação do FGTS ajuda, mas não reverte crise econômica do país

Para especialistas, medida em análise no Ministério da Economia, que também inclui novos saques em contas inativas, não ameaça fundo, mas preocupa setor de construção civil


Por Redação/Clic Camaquã Publicado 25/06/2019
 Tempo de leitura estimado: 00:00

Alvo de estudos no Ministério da Economia, a liberação de saques – até em contas ativas – do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) é avaliada com cautela por economistas e especialistas em gestão e finanças públicas. Para quatro professores e um consultor ouvidos por GaúchaZH, em tese, não há riscos à sustentabilidade do FGTS, mas a medida é considerada insuficiente para reverter a crise econômica e é vista com preocupação pelo setor da construção civil, que depende desses recursos para financiar obras. 

Em 2017, na tentativa de superar a recessão, o então presidente Michel Temer permitiu saques em contas inativas (de contratos de trabalho extintos) até dezembro de 2015. À época, a ação injetou R$ 44 bilhões na economia. Cerca de 26 milhões de pessoas sacaram os recursos, e o ano terminou com crescimento de 1,1% do Produto Interno Bruto (PIB). Mas o contexto era outro.

— É difícil prever qual seria o impacto hoje, porque a situação é diferente. Vivemos um cenário econômico pior. Ainda assim, não é uma opção ruim, porque pode abrir caminho a outras medidas anticíclicas — avalia o economista Ely José de Mattos, da PUCRS.

Embora os detalhes da operação em gestação não tenham sido divulgados, a expectativa é de que os resgates do FGTScheguem a R$ 22 bilhões nessa nova rodada, envolvendo contas inativas de 2016, 2017 e 2018. Quanto às contas de pessoas que estão trabalhando, há uma série de dúvidas. Não se sabe, por exemplo, quais seriam os limites e quem poderia sacar. 

No último dia 30, após a divulgação da queda de 0,2% do PIB no primeiro trimestre, o ministro da Economia, Paulo Guedes, limitou-se a afirmar que diversas equipes estudam o assunto. O novo estímulo deve ganhar forma, segundo ele, somente após a aprovação da reforma da Previdência, para que os efeitos não sejam semelhantes a “voo de galinha”.

Ainda assim, o consultor econômico Raul Velloso, especializado em análise macroeconômica e finanças públicas, afirma que não há garantias de êxito. Ex-secretário de Assuntos Econômicos do Ministério do Planejamento (governo José Sarney), ele ressalta que a repercussão “dependerá da decisão de cada trabalhador”.

— Algum efeito sobre o consumo deve ter, mas essa é uma medida típica de governos que não conseguem atingir resultados e precisam dar alguma resposta à opinião pública — destaca Velloso.

As incertezas sobre o cenário econômico, na avaliação de Fábio Pesavento, coordenador do Núcleo de Economia Empresarial da ESPM em Porto Alegre, podem frustrar as expectativas de Guedes.

— Não adianta o governo liberar dinheiro, se o país vive uma crise de confiança. Por medo de perder o emprego, muita gente pode decidir guardar o que tem a receber. Nesse caso, o impacto pode ser limitado — sintetiza Pesavento.

Para Álvaro Guedes, professor de Administração Pública da Universidade Estadual Paulista (Unesp), a ação dificilmente levará o país sair do fundo do poço:

— É ação de curto prazo, restritiva, com efeito localizado. Não vai resolver de jeito nenhum o ciclo recessivo que estamos vivendo. 

Professor da Faculdade de Economia da UFRGS, Fernando Ferrari Filho concorda.

– Em 2017, o consumo puxou o PIB para cima, ainda que timidamente. Agora, pode dar algum resultado, mas não a ponto de levar a um novo ciclo de prosperidade. O problema é que o governo está jogando todas fichas na reforma da Previdência, que não anda. Precisa fazer alguma coisa. O que surpreende é estar repetindo os passos de Temer, que tanto criticava – diz Ferrari.

Temor de impacto no segmento imobiliário

Roni Rigon / Agencia RBSVerbas da construção civil dependem do estoque financeiro do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS)Roni Rigon / Agencia RBS

Em tese, na avaliação de especialistas ouvidos por GaúchaZH, não há motivos para preocupações em relação à sustentabilidade do FGTS caso o governo decida liberar novos saques – mesmo incluindo contas ativas, uma novidade em relação à última liberação, há dois anos. O que preocupa parte deles é o possível impacto sobre a construção civil.

Presidente do Sindicato das Indústrias da Construção Civil no Estado, Aquiles Dal Molin Júnior confirma o temor no setor:

— Uma das poucas fontes de recursos para financiar a construção civil, principalmente de baixa renda, vem do FGTS, e isso gera emprego, impostos e qualidade de vida para as pessoas. 

Hoje, o fundo tem estoque considerado alto, de R$ 525 bilhões, o que garante solidez ao sistema. Em 2017, foram retirados R$ 44 bilhões após autorização de Michel Temer. Agora, segundo fontes do governo, o valor dificilmente passará disso, o que significaria, no máximo, de 5% a 10% do saldo, sendo que novos depósitos seguem ocorrendo.

— Sinceramente, não me preocuparia. A ordem de magnitude é perfeitamente administrável — assegura o consultor econômico Raul Velloso.

A avaliação é compartilhada pelo professor de Administração Pública Álvaro Guedes, da Unesp:

— Movimentações no FGTS ocorrem em prazo alongado, por isso ninguém corre o risco de perder o seu direito de uma hora para outra. Além disso, o rendimento do fundo é baixo, então é positivo para o trabalhador poder resgatar. 

Na mesma linha, o economista Fernando Ferrari Filho, da UFRGS, argumenta que a nova liberação, se confirmada, será “pontual” e “monitorada”.

— O que pode acontecer é alguns setores reclamarem. O FGTS financia investimentos em obras públicas e tem grande importância para a construção civil — lembra Ferrari.

Afetado pela crise, esse setor vem tentando se recuperar, e o FGTS responde por quase metade dos recursos destinados à compra de moradia via crédito imobiliário. O economista Fábio Pesavento, da ESPM-Porto Alegre, faz a ressalva de que “liberar os saques é bom, mas é necessário cuidado”:

— Ao permitir resgates, o governo injeta recursos na economia. Ao mesmo tempo, em tese, tira dinheiro da construção civil, que emprega muita gente.

Tire suas dúvidas

 

O que é o FGTS?

O Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) foi criado por lei em 1966. É uma espécie de poupança do trabalhador e serve como proteção em caso de demissão sem justa causa, mediante a abertura de uma conta vinculada ao contrato de trabalho.

Quem deposita o dinheiro e quem administra?

No início de cada mês, os empregadores depositam em contas abertas na Caixa Econômica Federal (responsável por administrar o fundo), em nome dos empregados, o valor correspondente a 8% do salário.

Qual é a rentabilidade?

É de 3% ao ano, mais taxa referencial (que hoje é zero). 

Quem pode sacar?

Como regra geral, o FGTS pode ser usado após demissão sem justa causa, para compra da casa própria e na aposentadoria, entre outras possibilidades (casos de tragédias e de doenças graves, por exemplo). 

Como o governo usa esse dinheiro?

Como o dinheiro só pode ser sacado em situações específicas, os recursos são utilizados pelo governo na área de habitação popular, saneamento básico e infraestrutura urbana. Basicamente, em financiamentos de obras públicas.

O que são as contas ativas e inativas?

As contas ativas pertencem a trabalhadores em atividade, com depósitos mensais. As inativas são vinculadas a contratos de trabalho já extintos (quando o trabalhador saiu da empresa e não sacou o recurso).

Qual é o futuro do FGTS?

Enquanto avalia a possibilidade de nova liberação de saques para reanimar a economia, o governo estuda como cumprir uma das promessas de campanha de Jair Bolsonaro à Presidência (melhorar a rentabilidade das contas do FGTS). Ainda não há definição, mas o objetivo é assegurar correção acima da inflação. No início de maio, o secretário de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues Júnior, disse que também planeja alterar as regras para facilitar o acesso aos recursos. 

A liberação de verbas de contas, inclusive ativas, representa risco ao fundo?

Segundo três professores de Economia, um professor de Administração Pública e um consultor especializado em finanças públicas ouvidos por GaúchaZH, em tese, não há riscos.

O FGTS tem estoque considerado alto (R$ 525 bilhões), o que garante solidez ao sistema, que segue recebendo depósitos todos os meses e, com isso, mantém o equilíbrio. Em 2017, foram retirados R$ 44 bilhões após autorização de Michel Temer. 

Não houve prejuízo ao fundo. Justamente para evitar riscos, técnicos do governo fazem série de cálculos, definem um teto seguro e limitam os resgates. Os valores envolvidos na operação em estudo não foram divulgados, mas a tendência é de que não passem de 10% do saldo. Para os especialistas, não faz diferença se a conta está ativa ou inativa.


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