“Só peço saúde para cuidar da minha família”, diz mãe de meninos com paralisia

Daiglon Von Ahnt, de 20 anos e Daniel Von Ahnt, de 11 anos, nasceram com paralisia mielomeningocele. A doença se desenvolve durante a gestação, quando os ossos da coluna não se formam corretamente, o que os impede de caminhar. Os jovens moram com a mãe, Lia Von Ahnt, de 43 anos e os irmãos David, 23, e Natália, 15, no bairro Getúlio Vargas, em Camaquã. 

Daniel, o irmão mais novo, tem um agravante: ele possui hidrocefalia, uma doença que causa o aumento anormal do crânio e acumulo de líquido no cérebro. Para amenizar os sintomas, ele utiliza um dreno na cabeça, que elimina o excesso de líquido, responsável pelas fortes dores.

Já o irmão mais velho, Daiglon, perdeu os rins devido a um erro no uso de uma medicação, o que causou problemas de tireoide. Ele viaja a Porto Alegre três vezes por semana para fazer hemodiálise. Daiglon precisa fazer um transplante e aguarda há mais de três anos na fila pelo procedimento. 

A mãe dos jovens não pode trabalhar pois se dedica aos cuidados dos filhos em tempo integral. O marido morreu há seis anos e quem sustenta a casa é o filho mais velho, David, que trabalha como auxiliar de pedreiro. 

Apesar das dificuldades, Lia contou à reportagem toda trajetória de sofrimento sem perder o sorriso e relembrou o apoio de pessoas especiais. Margarete Campos é uma delas. A artesã camaquense conheceu a história da família através de uma doação de roupas que realizou no fim do ano de 2017. Ela criou um grupo no WhatsApp com o objetivo de mobilizar mais pessoas e arrecadar donativos à família de Daiglon e Daniel. 

A repercussão foi tão grande que a história de Daiglon, que é gremista, sensibilizou a torcida organizada do Grêmio em Camaquã. Os torcedores organizaram uma festa de aniversário ao menino, que nunca teve a data comemorada. Virou notícia na editoria #Fera do site do canal SporTV, da Rede Globo. A Geral do Grêmio pretende criar uma campanha para arrecadar fundos para ajudar os irmãos.  

Mesmo enfrentando problemas, Daiglon e Daniel conseguem ajudar pessoas através do artesanato. Os irmãos fazem parte de um projeto que auxilia crianças carentes. Eles confeccionam toucas de tricô para doação. Para ajudar no sustento da casa, os meninos vendem peças de tricô criadas por eles.