Pimenta tenta “desmentir” novos pedágios na BR-116 e confunde informações

Todos os deputados federais da Metade Sul do estado já emitiram opiniões sobre a possibilidade de um novo pedágio na BR-116, entre Camaquã e Porto Alegre, após o ministro de Transportes, Renan Filho, incluir a rodovia entre as 15 concessões que o Governo Federal pretende fazer em 2025. O ex-ministro da Reconstrução e ex-ministro da Comunicação, Paulo Pimenta, no entanto, diz que é mentira, mas parece confundir as informações ao falar sobre o pedágio entre Camaquã e Pelotas, que é o mais caro do Brasil.
Não tem problema, Pimenta, sabemos que são muitos pedágios para lembrar. E é justamente por este motivo que a MENOR POSSIBILIDADE de mais pedágios é o suficiente para causar pânico na região. Quem é da região sabe, mas Pimenta não é daqui.
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O deputado federal Alexandre Lindenmeyer, que é do mesmo partido do Pimenta (PT), também afirmou preocupação sobre o assunto. Ele disse, em entrevista ao Clic Camaquã, que convocou uma audiência com o ministro para entender a situação. Da secretária, ele disse ter ouvido sobre a possibilidade de pedágios eletrônicos (tipo aqueles do Eduardo Leite na região da Serra) com cobranças por quilometragem percorrida.
O deputado estadual Zé Nunes, também em entrevista ao Clic Camaquã, disse que muitos políticos oportunistas estão utilizando o assunto com sensacionalismo (e também há verdade nisso). Segundo ele, ainda serão realizadas audiências públicas antes de qualquer definição sobre o modelo de contrato de concessão que será proposto.
O fato é que há sim a intenção de leiloar este trecho da BR-116, que faz parte da “Rota Integração do Sul”. E como não há maiores detalhes, o resto é especulado com base nas experiências. A da Metade Sul é horrível: é mais caro ir de Camaquã à Pelotas do que de Camaquã à Florianópolis.
A felicidade da região é que a concessão de Camaquã à Pelotas está chegando ao fim. Em abril de 2026 encerra o contrato do pedágio mais caro do país (R$ 19,60 para veículos de passeio) e a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) garantiu que não haverá renovação automática.
É preciso ter cuidado com os oportunistas, mas não se pode culpar a vítima (população) pelo trauma. Também reforço que é importante cuidado para não cair nas narrativas políticas, mas o Governo Federal precisa encarar as verdades, melhorar a comunicação e parar de jogar tudo na conta das “fake news”.

Pablo Bierhals | chefe de redação do Clic Camaquã | contato @ cliccamaqua.com.br